Agência ECCLESIA

«Dilexi Te»: Primeira exortação de Leão XIV assume legado social de Francisco

«Dilexi Te»: Primeira exortação de Leão XIV assume legado social de Francisco Papa reforça proposta de «Igreja pelos pobres e com os pobres», publicando documento preparado pelo seu antecessor Foto: Vatican Media Cidade do Vaticano, 09 out 2025 (Ecclesia) – Leão XIV publicou hoje a primeira exortação apostólica do pontificado, ‘Dilexi Te’, na qual assume o legado pastoral e social de Francisco, numa reflexão sobre a relação da Igreja com os pobres. “Em continuidade com a Encíclica Dilexit nos, o Papa Francisco, nos últimos meses da sua vida, estava a preparar uma exortação apostólica sobre o cuidado da Igreja pelos pobres e com os pobres, intitulada Dilexi te, imaginando Cristo a dirigir-se a cada um deles dizendo: Tens pouca força, pouco poder, mas «Eu te amei»”, explica o Papa, eleito a 8 de maio deste ano, pouco mais de duas semanas após a morte de Francisco (21 de abril). O título ‘Dilexi Te’ (Eu amei-te, em português) é retirado de uma passagem do último livro da Bíblia, o Apocalipse (Ap 3, 9). “Ao receber como herança este projeto, sinto-me feliz ao assumi-lo como meu – acrescentando algumas reflexões – e ao apresentá-lo no início do meu pontificado, partilhando o desejo do meu amado predecessor de que todos os cristãos possam perceber a forte ligação existente entre o amor de Cristo e o seu chamamento a tornarmo-nos próximos dos pobres”, escreve Leão XIV. A reflexão sublinha a “opção preferencial pelos pobres”, uma expressão que se generalizou na Igreja Católica a partir da América Latina – onde Francisco nasceu e onde o atual Papa foi missionário e bispo – como uma dimensão teológica, e não apenas social, na vida da Igreja. “A condição dos pobres representa um grito que, na história da humanidade, interpela constantemente a nossa vida, as nossas sociedades, os sistemas políticos e económicos e, sobretudo, a Igreja. No rosto ferido dos pobres encontramos impresso o sofrimento dos inocentes e, portanto, o próprio sofrimento de Cristo”, sustenta a encíclica. Na linha do seu antecessor, Leão XIV defende o ideal de uma Igreja humilde, fiel à sua vocação de serviço aos necessitados, inspirando-se em figuras como São Francisco de Assis e os membros das ordens mendicantes, surgidas no século XIII. “A Igreja é luz quando se despoja de tudo, a santidade passa por um coração humilde e dedicado aos pequenos”, refere, falando numa “revolução evangélica, na qual o estilo de vida simples e pobre se converte em sinal profético para a missão”. Jesus é um mestre itinerante, cuja pobreza e precaridade são sinais do vínculo com o Pai e são pedidas também a quem deseja segui-lo no caminho do discipulado, precisamente para que a renúncia aos bens, às riquezas e às seguranças deste mundo seja um sinal visível do ter-se confiado a Deus e à sua providência.” O Papa enfatiza que a Igreja deve assumir “uma decidida e radical posição em favor dos mais fracos”, num texto em que retoma a tradição bíblica e patrística (teólogos da antiguidade cristã), convidando a reconhecer os pobres como “carne de Cristo” e “modo fundamental de encontro com o Senhor da história”. “A caridade não é uma via opcional, mas o critério do verdadeiro culto”, aponta. A exortação apostólica assume críticas dentro e fora da Igreja a esta mensagem em defesa dos mais frágeis. “Observar que o exercício da caridade é desprezado ou ridicularizado, como se fosse uma fixação somente de alguns e não o núcleo incandescente da missão eclesial, faz-me pensar que é preciso ler novamente o Evangelho, para não se correr o risco de o substituir pela mentalidade mundana”, adverte o pontífice. Leão XIV sustenta que os pobres não são apenas destinatários de assistência, destacando a “necessidade de considerar as comunidades marginalizadas como sujeitos capazes de criar cultura própria”. Existem muitas formas de pobreza: a daqueles que não têm meios de subsistência material, a pobreza de quem é marginalizado socialmente e não possui instrumentos para dar voz à sua dignidade e capacidades, a pobreza moral e espiritual, a pobreza cultural, aquela de quem se encontra em condições de fraqueza ou fragilidade seja pessoal seja social, a pobreza de quem não tem direitos, nem lugar, nem liberdade”. O primeiro Papa da Ordem de Santo Agostinho, da qual foi responsável mundial, escreve que “numa Igreja que reconhece nos pobres o rosto de Cristo e nos bens o instrumento da caridade, o pensamento agostiniano permanece uma luz segura”. “Hoje, a fidelidade aos ensinamentos de Agostinho exige não só o estudo de suas obras, mas a predisposição para viver com radicalidade o seu apelo à conversão que inclui necessariamente o serviço da caridade”, indica. A ‘Dilexi Te’ está dividida em 121 pontos, com quase 60 citações de Francisco, entre as 129 notas do texto. “Devemos sentir a urgência de convidar todos a entrar neste rio de luz e vida que provém do reconhecimento de Cristo no rosto dos necessitados e dos sofredores. O amor pelos pobres é um elemento essencial da história de Deus conosco e irrompe do próprio coração da Igreja como um apelo contínuo ao coração dos cristãos, tanto das suas comunidades, como de cada um individualmente”, apela Leão XIV. Uma exortação apostólica é um documento formal do Papa dirigido principalmente aos católicos, sem se limitar a eles, cujo objetivo principal é orientar os destinatários sobre um tema específico – neste caso, “o amor para com os pobres” –, estimulando a reflexão e a ação. Uma exortação apostólica é um documento formal do Papa dirigido principalmente aos católicos, cujo objetivo principal é orientar os destinatários sobre um tema específico – neste caso, “o amor para com os pobres” -, estimulando a reflexão e a ação. Sem o peso oficial de uma encíclica, o documento papal mais solene, cada exortação apostólica é vista como um texto que expressa diretamente a visão do pontífice sobre o tema em análise. OC In Agência Ecclesia

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Cabo Verde: Imigração «fragiliza» sociedade que está a perder mão-de-obra

Cabo Verde: Imigração «fragiliza» sociedade que está a perder mão-de-obra D. Ildo Fortes participa no XVI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos com expetativa de «desenvolver maior cooperação nível social» Foto: Lusa Lisboa, 11 set 2025 (Ecclesia) – D. Ildo Fortes, bispo do Mindelo disse hoje que a imigração está a “fragilizar” a sociedade cabo-verdiana, que perde mão-de-obra “nas áreas do turismo e construção” e pede que esta situação seja “equacionada”. “Em Cabo Verde temos assistido, nos últimos anos, a uma demanda enorme, que também merece uma reflexão porque deixa o nosso país numa situação de fragilidade. Estamos a ficar numa situação periclitante em relação ao turismo, a nível da restauração, a nível de técnicos de construção civil, carpinteiros. Está a sair muita gente, então isso precisava de ser equacionado”, explica à Agência ECCLESIA. O responsável dá conta de um país “assolado pelas secas permanentes”, com pouca produção e de onde “se sai muito” para procurar “melhores condições de vida”: “É um direito das pessoas”. “Os países têm feito acordos para facilitar a mobilidade entre as pessoas, então é normal que efetivamente isso possa acontecer. Nos países de acolhimento, onde eles se encontram, é importante que a sua identidade se mantenha, ao mesmo tempo que haja integração. Este encontro dos bispos lusófonos é uma boa ocasião para se pensar sobre o problema da imigração”, indica. Decorre, entre Lisboa e Fátima, o XVI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, reunindo responsáveis católicos de oito nações até sexta-feira, sendo esta uma ocasião para estreitar colaborações, partilhar ajudas e sintonias, para além da já existente na “formação sacerdotal e laical”. “Penso que há ainda espaço para desenvolver maior cooperação também a nível social. Podemos criar dinâmicas se sentarmos e partilharmos desafios, preocupações, dificuldades, mas também as esperanças e caminhos que podemos procurar juntos. Acredito que o encontro este ano, até pelo tema que nos traz aqui, pode verdadeiramente traduzir-se em formas de ajuda visíveis”, sustenta. Foto: Agência ECCLESIA/MC O bispo do Mindelo assinala a importância dos encontros entre responsáveis como sinal de diálogo e partilha para o mundo. “Neste mundo marcado por tensões, por conflitos, por guerras, por violências, aquilo que foi o sínodo dos bispos é mesmo um sinal de que a Igreja tem que fazer a diferença. A Igreja é um instrumento de paz, de fraternidade, e eu penso que mais do que nunca, talvez nos nossos dias e no mundo, neste século XXI, as Igrejas, nas suas diversas instâncias, podem fazer a diferença mostrando que nós temos muito mais em comum”, reconhece. Pelo menos sete pessoas morreram na sequência de uma tempestade, que atingiu com maior intensidade a ilha cabo-verdiana de São Vicente, no dia 11 de gosto, causando inundações e danos materiais em estradas, ruas, habitações e outras infraestruturas. D. Ildo Fortes dá conta da ajuda e da identificação imediata por parte da Cáritas das situações que necessitavam de acompanhamento. “A Igreja não aparece só quando há uma catástrofe. A nossa Cáritas em Cabo Verde está muito estabelecida, não só a nacional, como as duas diocesanas e em todas as paróquias, temos instâncias da Cáritas. Muitas famílias que foram afetadas com a tempestade, com as grandes chuvas, já estavam sob a nossa alçada. A vocação da Igreja, a sua opção preferencial é pelos pobres. Daí que, no primeiro instante a Cáritas já tinha identificado algumas pessoas cuja casa desabou, ou a água entrou de tal forma que ficaram sem os seus haveres, camas, roupas, utensílios”, afirmou. Depois da ajuda de emergência, “organização de cestas básicas, refeições quentes, roupas”, as pessoas regressaram às suas casas, mostrando a “esperança que os habita”. Apesar disso, D. Ildo Fortes aponta “assimetrias” numa sociedade pobre, num país onde escasseia chuva. “Nestes 50 anos de independência, o fosso centro de ricos e de pobres aumentou-se. Nós temos muitas pessoas que vivem bem, e é verdade, o nosso contexto é uma referência entre sistemas políticos, mas os pobres crescem. A Igreja tem um trabalho regular, sobretudo nas ilhas mais rurais, em Santiago, em Santo Antão, no Fogo, há um trabalho intenso com os pobres, para investir na sua autonomia: ajudamos, por exemplo, as pessoas a cultivarem sua terra, a oferecer os meios de rega gota a gota, a criarem os seus animais, a ter pequenas empresas. Mas hoje há outras formas de pobreza: pessoas em condições infra-humanas, o álcool é um problema enorme, a droga também, muitas jovens em idade escolar que engravidam. É preciso trabalhar essa pobreza humana”, finaliza. In Agência Ecclesia

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Vaticano: Leão XIV é o novo Papa (biografia)

Vaticano: Leão XIV é o novo Papa (biografia) O cardeal Robert Francis Prevost, até agora prefeito do Dicastério para os Bispos, foi hoje eleito como Papa, após dois dias de Conclave, assumindo o nome de Leão XIV. O primeiro pontífice norte-americano, de 69 anos de idade, foi missionário e arcebispo no Peru, tendo ainda sido superior geral da Ordem de Santo Agostinho. O novo Papa nasceu a 14 de setembro de 1955 em Chicago (EUA), filho de Louis Marius Prevost, de origem francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de origem espanhola; tem dois irmãos, Louis Martín e John Joseph. Passa a infância e a adolescência nos Estados Unidos, estudando primeiro no Seminário Menor dos Padres Agostinianos e depois na Villanova University, na Pensilvânia, onde, em 1977, obteve a licenciatura em Matemática e estudou Filosofia. A 1 de setembro do mesmo ano, em Saint Louis, entrou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (Osa) – província de Nossa Senhora do Bom Conselho de Chicago – e fez a sua primeira profissão a 2 de setembro de 1978. A 29 de agosto de 1981, pronunciou os votos solenes e esteve na ‘Catholic Theological Union’ de Chicago, onde se formou em Teologia.; aos 27 anos, foi enviado pela sua Ordem a Roma para estudar Direito Canónico na Universidade Pontifícia de São Tomás de Aquino (Angelicum), sendo ordenado sacerdote a 19 de junho de 1982. Obteve a licenciatura em 1984 e foi enviado para trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, Peru (1985-1986); em 1988 foi enviado à missão de Trujillo como diretor do projeto de formação comum para os aspirantes agostinianos dos Vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac. Enquanto religioso foi prior de comunidade (1988-1992), diretor de formação (1988-1998) e professor (1992-1998); na Arquidiocese de Trujillo foi vigário judicial (1989-1998), professor de Direito Canónico, Patrística e Moral no Seminário Maior “São Carlos e São Marcelo”. Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Mãe do Bom Conselho (Chicago) e, dois anos e meio depois, o capítulo geral ordinário escolhe-o como responsável mundial da Ordem de Santo Agostinho, que exerceu durante 12 anos. O Papa Francisco nomeou-o administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru) a 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar. A 7 de novembro, tomou posse canónica da diocese na presença do Núncio Apostólico e foi ordenado bispo a 12 de dezembro de 2014, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na Catedral da sua diocese. Escolheu como lema episcopal ‘in Illo uno unum’, tiradas de um sermão de Santo Agostinho: “embora nós, cristãos, sejamos muitos, no único Cristo somos um”. Francisco nomeou-o membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020, ano em que foi designado administrador apostólico da Diocese de Callao. No Vaticano, foi prefeito do Dicastério para os Bispos, desde 30 de janeiro de 2023, e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. O Papa Francisco criou-o cardeal no Consistório de 30 de setembro de 2023, sendo considerado um colaborador próximo do seu antecessor, tendo sido um dos responsáveis pela gestão do Vaticano junto do Caminho Sinodal Alemão. Na Assembleia Sinodal de 2024, o agora Papa disse aos jornalistas que os trabalhos propõem uma “nova forma de fazer as coisas na Igreja”, que exige tempo. “Não devemos esperar soluções instantâneas”, referiu o colaborador do Papa, destacando a passagem de temas tidos como polémicos para os grupos de trabalhos criados por Francisco, em fevereiro do último ano. https://youtu.be/dSolFJhzYb0 Estes dez grupos de estudo abordam temas propostos pela primeira sessão sinodal, em outubro de 2023, envolvendo dicastérios da Cúria Romana, sob a coordenação da Secretaria-Geral do Sínodo, até junho de 2025. Leão XIV sublinhou que os trabalhos da sessão sinodal apontavam a necessidade de mudar o paradigma de uma “estrutura de poder”, com mais organismos de consulta, nas dioceses e paróquias. Em cima da mesa, acrescentou, está o processo de escolha de bispos e o papel dos núncios, representantes diplomáticos da Santa Sé em todo o mundo. “O processo de busca de candidatos pode ser mais sinodal, mais aberto, incluindo uma maior participação de bispos, padres, religiosas, leigos e leigas”, assinalou o então prefeito do Dicastério para os Bispos. O novo Papa assumia que a missão episcopal deve levar cada bispo ao encontro das “necessidades específicas” de cada realidade, reforçando a “presença pastoral e social da Igreja”, onde quer que as pessoas sofram, e a proteção da natureza. O cardeal Prevost foi questionado sobre o papel dos leigos, nestes processos de nomeação episcopal, indicando que “já foram dados alguns passos significativos”, com indicações para “incluir mais leigos e religiosas” nas consultas e com maior presença de mulheres no Dicastério para os Bispos. Admitindo diferenças de “pontos de vista”, mais do que de divisões, na assembleia sinodal, o novo pontífice referiu, a respeito da participação das mulheres, que as categorias dentro da Igreja “precisam de ser diferentes”, pelo que a sua ordenação sacerdotal poderia “criar um problema” em vez de o resolver. Para Leão XIV, o debate deve visar um “novo entendimento da liderança, poder e autoridade”, como serviço, na Igreja. O responsável falou de experiências de sinodalidade já em curso, como viu no Peru, enquanto bispo de Chiclayo. No momento da morte de Francisco, o então cardeal Prevost recordou a viagem a Lampedusa, sinal de “proximidade com os migrantes” e a carta que o seu antecessor escreveu aos bispos dos EUA, em fevereiro, “sobre a importância de estar perto dos que sofrem e de ter o coração de Jesus Cristo”, quando foi implementado o programa de deportação em massa de imigrantes e refugiados clandestinos. https://youtu.be/lgyeM1hWZNs O último pontificado, acrescentava, deixou “este espírito de querer continuar o que começou com o Concílio Vaticano II, a necessidade de renovar sempre a Igreja. Entre os ensinamentos que Francisco deixou, salientava, é preciso valorizar “o amor pelos pobres” e o desejo de “uma Igreja pobre, que caminha com os pobres, que serve os pobres”. “Penso que a

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Jubileu 2025: «A porta da esperança foi escancarada para o mundo», afirmou o Papa Francisco após passar pela Porta Santa

Jubileu 2025: «A porta da esperança foi escancarada para o mundo», afirmou o Papa Francisco após passar pela Porta Santa Missa da Noite de Natal assinalou o início ano jubilar 27.º jubileu ordinário da história da Igreja Católica Foto Remo Casilli/EPA/Lusa Cidade do Vaticano, 24 dez 2024 (Ecclesia) – Cidade do Vaticano, 24 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje na homilia da Missa da Noite de Natal, que assinalou o início do Ano Jubilar com a abertura da Porta Santa, que a “esperança foi escancarada para o mundo”. “Esta é a noite em que a porta da esperança foi escancarada para o mundo; esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para ti”, afirmou o Papa. Francisco presidiu à Missa com rito de abertura da Porta Santa, uma tradição com 600 anos e que marca o início solene do Jubileu 2025, que coincide com a celebração dos 1700 anos do primeiro concílio ecuménico, o Concílio de Niceia, que afirmou a divindade de Jesus, Filho de Deus. O Papa, transportado em cadeira de rodas, passou a Porta Santa acompanhado por representantes de católicos dos cinco continentes e também por membros de outras Igrejas e comunhões cristãs presentes em Roma, “sinal visível da fé que todos os cristãos partilham em Jesus Cristo, o Verbo feito carne”, indica uma nota do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos enviada à Agência ECCLESIA. De acordo o documento, a passagem do limiar da Porta Santa por parte dos representantes de Igrejas ecuménicas não é uma “tentativa de os associar a elementos do Jubileu, como a indulgência jubilar, que não estão de acordo com as práticas das suas respetivas comunidades”. A celebração da Noite de Natal começou no exterior da Basílica de São Pedro, com um momento de preparação que inclui a leitura de três textos do Antigo Testamento – livros do Génesis, Isaías e Miqueias – que “anunciam a vinda de Cristo Salvador”. A abertura da Porta Santa acontece, tradicionalmente, na celebração do nascimento de Jesus, incluindo o “anúncio do Natal”. Antes da Missa, decorreu o rito que marca o início do Jubileu, “tempo da misericórdia e do perdão”, iniciando-se com uma antífona, seguida da oração do Papa, para que “se abra a cada homem e mulher o caminho da esperança que não desilude”. Foto Ettore Ferrari/EPALusa Após a leitura de uma passagem do Evangelho segundo São João, Francisco aproximou-se da Porta Santa, altura em que decorre o diálogo explicativo da abertura ritual: “Esta é a porta do Senhor: por ela entram os justos. Abri-me as portas da justiça: entrarei nelas para dar graças ao Senhor” (Salmo 118). O Papa vai abriu a porta em silêncio, recolhendo-se em oração, seguindo-se o toque dos sinos, entrando depois na Basílica acompanhado por representantes de católicos dos cinco continentes e por convidados de outras confissões cristãs, ao som do hino jubilar, “Peregrinos da Esperança”. Na bula de proclamação do 27.º jubileu ordinário da história da Igreja Católica, intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), o Papa Francisco propõe um cessar-fogo global e o perdão das dívidas aos países pobres. “Que o primeiro sinal de esperança se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”, escreve Francisco, que defende também uma amnistia para os presos, como sinal de esperança, anunciando que vai abrir uma porta santa numa cadeia. Depois da Missa da Noite de Natal, no Vaticano, decorre o evento ‘Note del Natale – Speciale Giubileo’ (Notas de Natal – Especial Jubileu), uma celebração cultural com transmissão desde a Praça de São Pedro, com a presença de Andrea Bocelli, Claudio Baglioni, Giovanni Allevi, o coro da Capela Juliana da Basílica de São Pedro, a violinista Anastasiya Petryshak e o bailarino Roberto Bolle. OC/PR (Notícia atualizada às 19h14) Fonte: Agência Ecclesia

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Igreja: Austrália vai receber Congresso Eucarístico Internacional em 2028

Igreja: Austrália vai receber Congresso Eucarístico Internacional em 2028 Foto: Secretariado Nacional da Liturgia Quito, 16 set 2024 (Ecclesia) – O representante do Papa para o 53.º Congresso Eucarístico Internacional (CEI) afirmou este domingo, na Eucaristia de encerramento deste encontro, que “a fraternidade não é uma opção” para os cristãos e anunciou que a próxima edição é na Austrália.   “Para os cristãos, a fraternidade não é uma opção que se pode ou não tomar, é consubstancial à fé cristã e também um imperativo evangélico”, disse o cardeal Baltazar Porras Cardozo, este domingo, em Quito, capital do Equador. “É urgente cuidar agora dos que têm fome de alimento e de dignidade, dos que não têm trabalho e lutam para sobreviver; a fraternidade do crente que se alimenta da Eucaristia repensa as relações com os outros, a dimensão do perdão e da ajuda samaritana”, acrescentou o arcebispo emérito de Caracas, citado pela organização do CEI2024. O 53.º Congresso Eucarístico Internacional realizou-se em Quito (Equador), com o tema ‘Fraternidade para curar o mundo. «Todos vós sois irmãos» (Mt 23,8)’, de 8 a 15 de setembro. “A reflexão sobre a fraternidade ajudou-nos a aprofundar o conceito, mas também e, sobretudo, a descobrir a diversidade dos seus desafios, a escutar o que o espírito sugere como resposta e a sua ligação com a Eucaristia”, salientou o legado pontifício.   D. Baltazar Porras Cardozo explicou que a fraternidade é “o vínculo de união entre os seres humanos”, como expressão de uma autêntica filiação, “no respeito da dignidade da pessoa, da igualdade de direitos e da solidariedade recíproca, de uma radical familiaridade com a paternidade criadora e a maternidade consoladora”. Participaram neste encontro internacional 53 delegações e cinco mil congressistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, com 22 elementos – um bispo, 12 sacerdotes, um religioso e oito leigos. “[Chegamos] ao fim do 53.º Congresso Eucarístico Internacional com os alforges cheios de testemunhos ricos e cheios de esperança, com a certeza de que a Eucaristia e a devoção ao Coração de Jesus alargarão o horizonte das nossas vidas para melhor servir um mundo contraditório, ferido, mas redimido em Cristo, com a tarefa de o transfigurar”, acrescentou o legado pontifício, na Missa de encerramento que reuniu “mais de 25 mil” pessoas, no Parque Bicentenário, em Quito. O arcebispo emérito de Caracas salientou também que o cuidado da casa comum “é fruto da fraternidade”, e deu como exemplo a América Latina, um “continente devastado pela exploração irracional da natureza”, realçando que “a dimensão ecológica adquire cidadania como virtude a ser construída”. Antes da bênção final da Eucaristia de encerramento do CEI 2024, o legado pontifício anunciou que a cidade de Sydney, na Austrália, vai ser a sede do próximo Congresso Eucarístico Internacional, em 2028. A delegação australiana, num vídeo, assinalou que vão receber o 54.º Congresso Eucarístico Internacional por ocasião dos 100 anos do 29.º CEI, realizado em Sydney, em 1928. Do programa do 53.º CEI destaca-se no dia anterior, sábado, a Eucaristia, presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Equatoriana, D. Luis Cabrera (OFM) arcebispo de Guayaquil, na igreja de São Francisco, seguindo-se a procissão com o Santíssimo Sacramento, pelas ruas do centro histórico de Quito, com tapetes floridos – pétalas de flores, serradura colorida e outros produtos naturais -, até à Basílica do Voto Nacional. Fonte: Ecclesia

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Sínodo: Cabo Verde leva voz de «Igreja jovem», numa região «constantemente em crise», indica D. Ildo Fortes

Sínodo: Cabo Verde leva voz de «Igreja jovem», numa região «constantemente em crise», indica D. Ildo Fortes «Os cabo-verdianos estão a passar um momento difícil», alerta bispo de Mindelo  Foto: Ricardo Perna Roma, 06 out 2023 (Ecclesia) – O bispo de Mindelo afirmou que a Igreja Católica em Cabo Verde está com “saúde”, e destaca o trabalho que em favor de uma região “constantemente em crise”. “Tivemos o tempo de pandemia, tivemos quatro anos de seca severa, agora a guerra pelo mundo, mas sobretudo esta na Europa, na Ucrânia, que nos afeta diretamente. Podemos dizer que a nós não nos afetou tanto este momento de crise porque estamos constantemente em crise, mas se estava mal, estamos pior”, disse D. Ildo Fortes, à Agência ECCLESIA. Em Roma, na XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, o bispo da Diocese de Mindelo explica que Cabo Verde é um país que “vive sobretudo de ajudas exteriores”, não há água doce, e também “não chove”, por isso, os campos produzem pouco. “Temos de importar grande parte daquilo que consumismo, a nível alimentar, e toda esta situação fez com haja uma inflação tremenda, nos transportes, os transportes aéreos, os cabo-verdianos estão a passar um momento difícil”, assinalou. No contexto da dependência externa de Cabo Verde e da falta de água, que tem tendência a agravar-se, e da nova exortação do Papa Francisco, a ‘Laudate Deum»’ (Louvai a Deus), o bispo de Mindelo afirma que, “felizmente o cabo-verdiano está educado para poupar água”, e “não se coloca o problema do desperdício”. “Os Governos anteriores fizeram um esforço para criar barragens, estes anos excecionalmente choveu, é uma graça enorme, vê-se a alegria e a esperança a renascer nas pessoas do campo, mas grande parte da água, quando chove, vai para o mar”, desenvolveu. D. Ildo Fortes alerta que sofrem “com a situação que se vive a nível climático pelo mundo”, as secas severas em Cabo Verde “têm sido maiores”, “desequilíbrios da natureza” que os afetam muito, e verificam também “muita poluição nos mares”, onde encontram “plástico, muito lixo nas praias que também chega de fora para dentro”. “O mundo é um só, somos uma aldeia global, e tudo o que se passa tem repercussão em Cabo Verde”, acrescenta, lamentando também os efeitos da “pesca desenfreada e descontrolada” no seu território, que afetam espécies e os pescadores locais, que “não encontra peixe” na proximidade das ilhas. O Vaticano publicou esta quarta-feira, dia 4 de outubro, um novo documento do Papa Francisco sobre o tema da ecologia integral, a exortação ‘Laudate Deum»’ (Louvai a Deus), que visa dar continuidade à reflexão da encíclica ‘Laudato Si’ (2015). D. Ildo Fortes, que é também o presidente da Cáritas de Cabo Verde, assinala que a organização católica desenvolve “um trabalho muito focado nas famílias que vivem grande instabilidade, grande insegurança alimentar”, uma “preocupação” da instituição desde o âmbito nacional, diocesano e paroquial, “no terreno”.  Foto: Ricardo Perna Neste sentido, adianta que a Cáritas está sempre a “inventar maneiras” para ajudar as famílias “a não sucumbirem”, como encontrar projetos e pedir apoios à Europa, a diferentes organismos, à Fundação João Paulo II para o Sahel, que nasceu, a 22 de fevereiro de 1984, para ajudar as populações do Burkina Faso, Níger, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Chade. O bispo de Mindelo explica que o apoio internacional é “fundamental”, mas Cabo Verde está classificado “como país de desenvolvimento médio”, por isso, já “não é contemplado” pelas “grandes organizações que apoiam os países do terceiro mundo e os países pobres”. Segundo D. Ildo Fortes, as ajudas também são canalizadas para o Estado e “é muito difícil” a Igreja conseguir esses apoios, e fez “um apelo, a quem está vocacionado, para trabalhar com os pobres”: “Precisamos de apoio. Os pobres continuam pobres e nós temos vocação de trabalhar com os mais pobres”. Segundo o presidente da Cáritas de Cabo Verde, a organização solidária, com mais de 40 anos, “faz um trabalho louvável”, o país africano tem “uma diáspora grande”, pelo mundo inteiro, e “o seu esforço” também tem sido ajudar na América do Norte, na Europa, onde são “cerca de 340 mil”, e ver se esta diáspora “consegue estar sensível aos irmãos que ficaram”. D. Ildo Fortes destacou também que estão a preparar um “acontecimento grande para as duas dioceses” do país lusófono, o “grande jubileu” dos 500 anos da Diocese de Santiago de Cabo Verde. Fonte: Agência Eclesia

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