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Nota doutrinal sobre os títulos marianos: Mãe do povo fiel, não Corredentora

Nota doutrinal sobre os títulos marianos: Mãe do povo fiel, não Corredentora “Mater populi fidelis” é o título da Nota doutrinária publicada esta terça-feira, 4 de novembro, pelo Dicastério para a Doutrina da Fé. Assinada pelo Prefeito, cardeal Víctor Manuel Fernández, e pelo secretário da seção doutrinária, monsenhor Armando Matteo, a Nota foi aprovada pelo Papa em 7 de outubro passado. É fruto de um longo e articulado trabalho colegiado. Trata-se de um documento doutrinal sobre a devoção mariana, com foco na figura de Maria, associada à obra de Cristo como Mãe dos fiéis. A Nota fornece um importante fundamento bíblico para a devoção a Maria, além de reunir diversas contribuições dos Padres, dos Doutores da Igreja, dos elementos da tradição oriental e do pensamento dos últimos Pontífices. Dentro desse quadro positivo, o texto doutrinal analisa diversos títulos marianos, valorizando alguns deles e alertando para o uso de outros. Títulos como Mãe dos fiéis, Mãe espiritual e Mãe do povo fiel são particularmente apreciados pela Nota. O título de Corredentora, por sua vez, é considerado impróprio e inadequado. O título de Mediadora é considerado inaceitável quando assume um significado que é exclusivo de Jesus Cristo, mas é considerado precioso quando expressa uma mediação inclusiva e participativa que glorifica o poder de Cristo. Os títulos de Mãe da graça e Mediadora de todas as graças são considerados aceitáveis ​​em alguns sentidos muito específicos, mas uma explicação particularmente ampla é oferecida em relação aos significados que podem apresentar riscos.   Essencialmente, a Nota reafirma a doutrina católica, que sempre enfatizou como tudo em Maria é direcionado para a centralidade de Cristo e sua ação salvífica. Portanto, embora alguns títulos marianos possam ser explicados por meio de uma exegese correta, considera-se preferível evitá-los. Em sua apresentação, o cardeal Fernández valoriza a devoção popular, mas adverte contra grupos e publicações que propõem um desenvolvimento dogmático particular e levantam dúvidas entre os fiéis, inclusive por meio das redes sociais. O principal problema, na interpretação desses títulos aplicados à Virgem Maria, diz respeito à forma de compreender a associação de Maria na obra da redenção de Cristo (3). Corredentora Em relação ao título “Corredentora”, a Nota recorda que alguns Papas “usaram este título sem se deterem para o explicar. Geralmente, apresentaram-no em relação à maternidade divina e em referência à união de Maria com Cristo junto à Cruz redentora. O Concílio Vaticano II decidiu não usar este título “por razões dogmáticas, pastorais e ecuménicas”. São João Paulo II “usou-o, pelo menos em sete ocasiões, ligando-o sobretudo ao valor salvífico do nosso sofrimento oferecido ao lado do de Cristo, a quem Maria está unida especialmente aos pés da Cruz” (18). O documento cita uma discussão interna na então Congregação para a Doutrina da Fé, que em fevereiro de 1996 discutiu o pedido para proclamar um novo dogma sobre Maria como “Corredentora ou Mediadora de todas as graças”. O parecer de Ratzinger era contrário: “O significado preciso dos títulos não é claro e a doutrina neles contida não está madura… Ainda não está claro como a doutrina expressa nos títulos está presente nas Escrituras e na tradição apostólica”. Posteriormente, em 2002, o futuro Bento XVI também se expressou publicamente da mesma forma: “A fórmula ‘Corredentora’ distancia-se demasiadamente da linguagem das Escrituras e da patrística e, portanto, causa mal-entendidos… Tudo vem d’Ele, como afirmam sobretudo as Epístolas aos Efésios e aos Colossenses. Maria é o que é graças a Ele.” O termo “Corredentora” obscureceria sua origem”. O cardeal Ratzinger, esclarece a Nota, não negou que houvesse boas intenções e aspectos valiosos na proposta de usar esse título, mas sustentou que se tratava de “terminologia incorreta” (19). O Papa Francisco expressou sua posição claramente contra o uso do título Corredentora pelo menos três vezes. O documento doutrinal a esse respeito conclui: “É sempre inapropriado usar o título de Corredentora para definir a cooperação de Maria. Esse título corre o risco de obscurecer a mediação salvífica única de Cristo e, portanto, pode gerar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã… Quando uma expressão requer inúmeras e contínuas explicações para evitar que se afaste do significado correto, ela não serve à fé do Povo de Deus e se torna inapropriada” (22). Medianeira A Nota enfatiza que a expressão bíblica referente à mediação exclusiva de Cristo “é peremptória”. Cristo é o único Mediador (24). Por outro lado, destaca “o uso muito comum do termo ‘mediação’ nas mais diversas esferas da vida social, onde é entendido simplesmente como cooperação, assistência, intercessão. Consequentemente, é inevitavelmente aplicado a Maria em um sentido subordinado e de modo algum pretende acrescentar qualquer eficácia ou poder à mediação única de Jesus Cristo” (25). Além disso – reconhece o documento – “é evidente que houve uma mediação real de Maria para tornar possível a verdadeira Encarnação do Filho de Deus em nossa humanidade” (26). Mãe dos fiéis e Mediadora de todas as graças A função materna de Maria “de modo algum obscurece ou diminui” a mediação única de Cristo, “mas demonstra sua eficácia”. Assim entendida, “a maternidade de Maria não pretende enfraquecer a adoração única que é devida somente a Cristo, mas antes estimulá-la”. Devemos, portanto, evitar, afirma a Nota, “títulos e expressões referentes a Maria que a apresentem como uma espécie de ‘para-raios’ diante da justiça do Senhor, como se Maria fosse uma alternativa necessária à misericórdia insuficiente de Deus” (37, b). O título de “Mãe dos fiéis” permite-nos falar de “uma ação de Maria também em relação à nossa vida de graça” (45). Devemos, no entanto, ter cuidado com expressões que possam transmitir “conteúdos menos aceitáveis” (45). O cardeal Ratzinger explicou que o título de Maria mediadora de todas as graças não se fundamenta claramente na Revelação divina e, em consonância com essa convicção – explica o documento – podemos reconhecer as dificuldades que acarreta tanto na reflexão teológica como na espiritualidade” (45). De fato, “Nenhuma pessoa humana, nem mesmo os Apóstolos ou a Virgem Santíssima, pode agir como dispensador universal da graça. Só Deus pode dar a graça e o faz através da humanidade de Cristo” (53). Títulos como Mediadora de todas as

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Divulgados o programa e o logotipo da viagem do Papa à Turquia e ao Líbano

Divulgados o programa e o logotipo da viagem do Papa à Turquia e ao Líbano A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, nesta segunda-feira (27/10), o programa da primeira viagem do Papa Leão XIV à Turquia e ao Líbano, de 27 de novembro a 2 de dezembro, por ocasião dos 1700 anos do Primeiro Concílio de Niceia. Primeira etapa, Turquia Na quinta-feira, 27 de novembro, o Santo Padre partirá às 7h40 locais (3h40 no horário de Brasília) do Aeroporto Internacional de Roma/Fiumicino com destino a Ancara, na Turquia. A chegada está prevista para às 12h30 locais (6h30 horário de Brasília) ao Aeroporto Internacional de Ancara/Esenboğa onde se realizará a recepção oficial. Às 13h30 (7h30 de Brasília), o Santo Padre visitará o Mausoléu de Atatürk, às 14h10, haverá a cerimônia de boas-vindas no Palácio Presidencial, e às 14h40, a visita ao presidente da República. Às 15h30, Leão XIV se encontrará com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático. Ali, fará seu primeiro discurso. Às 17h20, o Papa se despedirá da capital no Aeroporto Internacional de Ancara/Esenboğa. Às 17h35 partirá do Aeroporto Internacional de Ancara/Esenboğa com destino a Istambul, onde chegará por volta das 19h ao Aeroporto Atatürk de Istambul. Logotipo da viagem do Papa Leão XIV à Turquia Sexta-feira, 28 de novembro Na sexta-feira, 28 de novembro, haverá o encontro de oração com os bispos, os sacerdotes, os diáconos, os consagrados, as consagradas e os agentes pastorais na Catedral do Espírito Santo, às 9h30 locais, em Istambul. Ali, o Papa fará seu segundo discurso. Às 10h40, Leão XIV visitará a Casa de Acolhimento para Idosos das Pequenas Irmãs dos Pobres. Haverá uma saudação do Santo Padre. Às 14h15, o traslado de helicóptero para Iznik, e às 15h30 o Encontro Ecumênico de Oração próximo às escavações arqueológicas da antiga Basílica de São Neófito, em Iznik. Ali, o Papa fará outro discurso. Às 16h30, o Papa voltará de helicóptero para Istambul e às 18h30 haverá o encontro privado com os bispos na Delegação Apostólica. Sábado, 29 de novembro No sábado, 29 de novembro, às 9h, Leão XIV visitará a Mesquita do Sultão Ahmet. Às 9h45, haverá o encontro privado com os chefes das igrejas e comunidades cristãs na Igreja Ortodoxa Siríaca de Mor Ephrem. Às 15h30, a Doxologia na Igreja Patriarcal de São Jorge. Ali, fará uma saudação. Às 15h50, haverá o encontro com o Patriarca Bartolomeu I e a assinatura da Declaração Conjunta no Palácio Patriarcal. Depois, às 17h haverá a Santa Missa na “Volkswagen Arena” com a homilia do Santo Padre. No domingo, 30 de novembro, o Papa fará, às 9h30, a visita de oração à Catedral Apostólica Armênia. Haverá uma saudação do Santo Padre. Às 10h30, a Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge. Ali, o Papa fará um discurso. Às 12h30, a Bênção Ecumênica. Às 13h, o Santo Padre almoçará com o Patriarca Bartolomeu I no Patriarcado Ecumênico. Segunda etapa, Líbano Às 14h15, se realizará a cerimônia de despedida no Aeroporto de Istambul/Atatürk. Às 14h45, o Santo Padre partirá do Aeroporto de Istambul/Atatürk para Beirute onde chegará por volta das 15h45 ao Aeroporto Internacional de Beirute. Ali, se realizará a cerimônia de boas-vindas. Logotipo da viagem do Papa Leão XIV ao Líbano Às 16h45, Leão XIV fará uma visita de cortesia ao presidente da República no Palácio Presidencial, às 17h15 haverá o encontro com o presidente da Assembleia Nacional. Às 17h30, se encontrará com o primeiro-ministro e, às 18h, se encontrará com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo diplomático. Ali, fará um discurso. Segunda-feira, 1º de dezembro Na segunda-feira, 1º de dezembro, às 9h45 o Papa fará uma visita e rezará no túmulo de São Charbel Makluf, no Mosteiro de São Maroun, em Annaya. Haverá a saudação do Santo Padre. Às 11h20, se encontrará com os bispos, sacerdotes, consagrados e consagradas e agentes pastorais no Santuário de Nossa Senhora do Líbano, em Harissa. Ali, o Santo Padre fará um discurso. Às 12h30, o encontro privado com os Patriarcas católicos na Nunciatura Apostólica, e às 16h, o encontro Ecumênico e Inter-religioso na Praça dos Mártires, em Beirute. Ali, o Papa fará outro discurso. Às 17h45, o Santo Padre se encontrará com os jovens na praça em frente ao Patriarcado de Antioquia dos Maronitas, em Bkerké. Haverá um discurso do Santo Padre. Terça-feira, 2 de dezembro Na terça-feira, 2 de dezembro, às 8h30, Leão XIV fará uma visita aos funcionários e pacientes do Hospital “De La Croix”, em Jal ed Dib. Haverá uma saudação do Santo Padre. Às 9h30, o Santo Padre fará uma oração silenciosa no local da explosão no Porto de Beirute e, às 10h30, celebrará a Santa Missa no “Beirute Waterfront” e fará a homilia. Às 12h45, haverá a cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional de Beirute, e o discurso do Santo Padre. Às 13h15, o Papa partirá do Aeroporto Internacional de Beirute com destino a Roma onde chegará por volta das 16h10 ao Aeroporto Internacional de Roma/Fiumicino. Lemas e logotipos da viagem Além do programa, a Sala de Imprensa da Santa Sé publicou, nesta segunda-feira (27/10), os logotipos e lemas da Viagem Apostólica do Papa Leão XIV. O logotipo da viagem à Turquia  apresenta um círculo envolvendo a Ponte dos Dardanelos, aludindo ao encontro entre Ásia e Europa e a Cristo como ponte entre Deus e a humanidade. Ondas fluem sob a ponte, evocando a água batismal e o Lago Iznik; à direita, está a Cruz do Jubileu de 2025, enquanto no alto à esquerda, três círculos entrelaçados representam a Santíssima Trindade. O conjunto expressa visualmente o lema da Viagem: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,5): o círculo simboliza a unicidade de Deus, a ponte, a única fé que une os povos, e as ondas, o batismo que regenera os filhos de Deus, convidando a construir a fraternidade e o diálogo entre Oriente e Ocidente. O logotipo da viagem ao Líbano representa o Papa com a mão direita erguida em sinal de bênção, ao seu lado uma

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São Pedro com as chaves e a rede no Anel do Pescador de Leão XIV

São Pedro com as chaves e a rede no Anel do Pescador de Leão XIV No interior do Anel do Pescador está inscrito “Leão XIV” e, na parte externa, a imagem de São Pedro com as chaves e a rede. Isso pode ser visto na foto divulgada pelo Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, acompanhada de uma explicação. O Anel do Pescador – lê-se – será entregue ao Papa Leão XIV durante a celebração deste domingo, 18 de maio, para o início do Ministério Petrino. Nele está representada a imagem de São Pedro e é chamado “do Pescador” porque “Pedro é o apóstolo pescador que, tendo acreditado na palavra de Jesus, tirou da barca as redes da pesca milagrosa”. Tem o valor específico do anel-sigilo que autentica radicalmente a fé, tarefa confiada a Pedro de confirmar seus irmãos (cf. Lc 22, 32), tarefa que, portanto, é transmitida também ao Papa Leão XIV. Nesta sexta-feira, o Escritório das Celebrações Litúrgicas divulgou a imagem do Pálio que, juntamente com o Anel do Pescador, representam as insígnias episcopais “petrinas”. É “feito de lã branca, símbolo – lê-se na legenda que acompanha a foto – do bispo como bom Pastor e, ao mesmo tempo, do Cordeiro crucificado pela salvação da humanidade”. O Pálio é uma faixa estreita que se coloca sobre os ombros, por cima da casula, a vestimenta litúrgica. Tem duas tiras pretas pendentes à frente e atrás, é decorado com seis cruzes pretas de seda – uma em cada extremidade que desce sobre o peito e nas costas e quatro no anel que repousa sobre os ombros – e é adornado, à frente e atrás, com três alfinetes (acicula) que representam os três pregos da cruz de Cristo. In Vatican News

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“Rerum digitalium”, uma releitura com os Papas da encíclica de Leão XIII

“Rerum digitalium”, uma releitura com os Papas da encíclica de Leão XIII Passaram-se 134 anos desde a publicação da “Rerum Novarum”, documento promulgado em 15 de maio de 1891. Por ocasião do aniversário de promulgação desta encíclica, também foram publicadas encíclicas de outros Pontífices. Pouco depois de sua eleição, o Papa Prevost enfatizou que a Igreja, inspirando-se no patrimônio da Doutrina Social, é chamada a responder a “outra revolução industrial e ao desenvolvimento da inteligência artificial”. Amedeo Lomonaco – Vatican News O Papa Leão XIII, com a encíclica Rerum Novarum, abordou “a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial. Hoje, a Igreja oferece a todos o seu patrimônio de doutrina social para responder a uma nova revolução industrial e ao desenvolvimento da inteligência artificial, que traz novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”. Ao encontrar os cardeais em 10 de maio, o Papa Prevost explicou com estas palavras a escolha de “assumir o nome de Leão XIV”. O caminho indicado é, portanto, o da doutrina social, a ser percorrido mesmo nesta era dominada por desequilíbrios econômicos e novos desafios. A atualidade da Rerum NovarumEm nossa época, como naquela do final do século XIX, o mundo do trabalho é um dos pilares que sustentam o tecido social. Relendo a encíclica do Papa Pecci, focada nas condições das massas operárias, e situando essas reflexões no contexto atual, podemos projetar uma espécie de “Rerum digitalium”, uma releitura das “coisas digitais”: seguindo o caminho traçado por Leão XIII, podemos, de fato, considerar a questão do trabalho e dos direitos dos trabalhadores à luz das profundas mudanças trazidas pelas novas tecnologias. A encíclica do Papa Pecci, na qual a mensagem cristã encontra a modernidade, é um texto que também fala aos homens e mulheres de hoje. A verdadeira vida é a do mundo vindouroA encíclica Rerum Novarum foi promulgada há exatamente 134 anos, mas sua mensagem transcende as décadas e o limiar do terceiro milênio. “As coisas temporais não podem ser compreendidas e avaliadas adequadamente se a alma não se elevar a outra vida, isto é, à vida eterna, sem a qual a verdadeira noção de bem moral necessariamente se desvanece, de fato, toda a criação se torna um mistério inexplicável. O que a própria natureza nos dita, portanto, no cristianismo, é um dogma sobre o qual todo o edifício da religião se apoia como seu principal fundamento: isto é, que a verdadeira vida do homem é a do mundo vindouro”. Estas palavras dirigidas pelo Papa Leão XIII aos homens do final do século XIX ressoam mesmo nesta era digital: “Quer você tenha riquezas e outros bens terrenos em abundância, ou que não os tenha, isso não importa para a felicidade eterna; mas o bom ou mau uso desses bens, isso é o que mais importa”, escreve o Papa Pecci. A Doutrina Social da Igreja e os tempos modernosA tradição das encíclicas sociais, na fase moderna, inicia-se, portanto, com a Rerum Novarum de Leão XIII, atestando a preocupação dos Papas, em diferentes contextos históricos, com as questões sociais e econômicas. A encíclica promulgada em 1891 inaugura a era da modernidade da doutrina social da Igreja. O documento do Papa Leão XIII insere-se num contexto em que o trabalho era concebido como mercadoria. O mundo do trabalho mudou muito, mas os direitos dos trabalhadores ainda precisam ser salvaguardados. Entre os riscos associados às novas tecnologias, e em particular à inteligência artificial, encontram-se os das novas formas de escravidão e exploração. Ao lado das sombras, encontram-se também muitas luzes ligadas às oportunidades que esta era digital pode oferecer a toda a família humana e, em particular, às novas gerações. Buscadores da verdade e da fraternidadeA encíclica Rerum Novarum enfatiza que o fator discriminante é o bom ou mau uso dos bens. Este critério é igualmente válido para a abordagem a ser seguida hoje no uso das tecnologias digitais. O Papa Leão XIII também escreve que todos os homens “estão unidos pelo vínculo de uma santa fraternidade”. Viver a fraternidade significa compreender que “os bens da natureza e da graça são patrimônio comum do gênero humano”. Se todos são filhos, acrescenta o Papa Pecci, são também herdeiros: “Herdeiros de Deus e coerdeiros com Jesus Cristo (Rm 8,17). Este é o ideal de direitos e deveres contido no Evangelho”. É o mesmo ideal indicado pelo Papa Francisco na encíclica Fratelli tutti: o de uma fraternidade humana. Como afirmou Leão XIV ao se encontrar com os cardeais em 10 de maio, o Evangelho deve nos impelir a buscar “com alma sincera a verdade, a justiça, a paz e a fraternidade”. Que o trabalho não debilite o homemNa encíclica Rerum Novarum, o Papa Leão XIII se concentra nas difíceis condições de trabalho dos operários industriais. “Não é justo nem humano”, afirma o documento, “exigir do homem tanto trabalho a ponto de sua mente se tornar entorpecida por excesso de fadiga e seu corpo enfraquecer. Como sua natureza, a atividade humana é limitada e circunscrita dentro de limites bem estabelecidos, além dos quais ele não pode ir. O exercício e o uso a aprimoram, sob a condição, porém, de que seja suspensa de tempos em tempos para dar lugar ao descanso. O trabalho, portanto, não deve ser prolongado além dos limites das próprias forças.” Outra questão presente na encíclica de 1891 é a da educação para a economia. “Quando o trabalhador recebe um salário suficiente para manter a si mesmo e sua família com certo grau de conforto, se for sábio, naturalmente pensará em poupar.” Essas são reflexões atuais para serem relidas também em nosso tempo, frequentemente marcado por fronteiras nem sempre bem definidas entre trabalho e vida pessoal. Até mesmo o tema da economia, vista como instrumento capaz de sustentar a família, é muito atual e não marginal, pois se trata de dar o devido valor ao salário, hoje cada vez mais agredido pelo consumismo desenfreado. O caminho da caridadeO tema central da encíclica Rerum Novarum é a instauração de uma ordem

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Papa Leão XIV: brasão e lema

Papa Leão XIV: publicados brasão e lema “In Illo uno unum” são as palavras, pronunciadas em um sermão por Santo Agostinho, que o Pontífice escolheu como seu lema episcopal. Uma referência ao Bispo de Hipona também no brasão, com a imagem de um livro fechado sobre o qual repousa um coração transpassado por uma flecha. Foram publicados neste sábado, 10 de maio, o brasão e o lema do Papa Leão XIV, assim como a foto oficial do Pontífice recém-eleito. O brasão representa um escudo dividido diagonalmente em dois setores: o superior tem um fundo azul e nele está representado uma flor-de-lis (lírio branco); o inferior tem um fundo claro e apresenta uma imagem que remete à Ordem de Santo Agostinho: um livro fechado sobre o qual há um coração transpassado por uma flecha. A imagem remete à experiência de conversão de Santo Agostinho, que ele próprio explicava com as palavras “Vulnerasti cor meum verbo tuo”, “Feriste meu coração com a tua Palavra”. Nos traços essenciais, portanto, Leão XIV confirmou o brasão anterior, escolhido por ocasião de sua consagração episcopal, bem como o lema “In Illo uno unum”. Trata-se das palavras que Santo Agostinho pronunciou em um sermão, a Exposição sobre o Salmo 127, para explicar que “embora nós cristãos sejamos muitos, no único Cristo somos um”. Em uma entrevista aos meios de comunicação vaticanos em julho de 2023, o próprio Prevost explicava: “Como se depreende do meu lema episcopal, a unidade e a comunhão fazem parte justamente do carisma da Ordem de Santo Agostinho e também do meu modo de agir e pensar. Acredito que é muito importante promover a comunhão na Igreja, e sabemos bem que comunhão, participação e missão são as três palavras-chave do Sínodo. Portanto, como agostiniano, para mim, promover a unidade e a comunhão é fundamental. Santo Agostinho fala muito sobre a unidade na Igreja e sobre a necessidade de vivê-la.” In Vatican News

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Rogito do Papa Francisco

Rogito do Papa Francisco: “Peregrino da esperança, guia e companheiro de caminho” Na caixão do Papa Francisco vai o rogito. O rogito é um documento que é redigido pelo mestre das celebrações litúrgicas da Santa Sé em latim após a morte de um papa que comporta, de forma resumida, os detalhes importante da sua vida (papal) e que é colocado num tubo de metal com moedas cunhadas durante o seu pontificado. “Conosco peregrino da esperança, guia e companheiro de caminho rumo à grande meta à qual somos chamados, o Céu, no dia 21 de abril do Ano Santo de 2025, às 7h35 da manhã, enquanto a luz da Páscoa iluminava o segundo dia da Oitava, Segunda-feira do Anjo, o amado Pastor da Igreja, Francisco, passou deste mundo para o Pai. Toda a Comunidade cristã, especialmente os pobres, louvava a Deus pelo dom de seu serviço prestado com coragem e fidelidade ao Evangelho e à mística Esposa de Cristo. Francisco foi o 266º Papa. Sua memória permanece no coração da Igreja e da humanidade inteira. Jorge Mario Bergoglio, eleito Papa em 13 de março de 2013, nasceu em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes piemonteses: seu pai, Mario, era contador, funcionário das ferrovias, enquanto sua mãe, Regina Sivori, cuidava da casa e da educação dos cinco filhos. Formado como técnico químico, escolheu depois o caminho do sacerdócio, entrando inicialmente no seminário diocesano e, em 11 de março de 1958, ingressando no noviciado da Companhia de Jesus. Estudou humanidades no Chile e, de volta à Argentina em 1963, formou-se em filosofia no Colégio São José, em San Miguel. Foi professor de literatura e psicologia nos colégios da Imaculada Conceição de Santa Fé e no Colégio do Salvador em Buenos Aires. Recebeu a ordenação sacerdotal em 13 de dezembro de 1969 do arcebispo Ramón José Castellano e, em 22 de abril de 1973, fez a profissão perpétua como jesuíta. Após ser mestre de noviços em Villa Barilari, San Miguel, professor de teologia, consultor da província da Companhia de Jesus e reitor do colégio, em 31 de julho de 1973 foi nomeado provincial dos jesuítas da Argentina. Depois de 1986 passou alguns anos na Alemanha para concluir sua tese de doutorado e, de volta à Argentina, tornou-se colaborador próximo do cardeal Antonio Quarracino. Em 20 de maio de 1992, João Paulo II o nomeou bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Escolheu como lema episcopal Miserando atque eligendo e em seu brasão inseriu o cristograma IHS, símbolo da Companhia de Jesus. Em 3 de junho de 1997 foi promovido a Arcebispo Coadjutor de Buenos Aires e, com a morte do cardeal Quarracino, sucedeu-lhe em 28 de fevereiro de 1998 como Arcebispo, Primaz da Argentina, ordinário dos fiéis de rito oriental no país, grão-chanceler da Universidade Católica. João Paulo II o criou cardeal no Consistório de 21 de fevereiro de 2001, com o título de São Roberto Belarmino. Em outubro seguinte, foi relator geral adjunto da décima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Foi um pastor simples e muito querido em sua Arquidiocese, que percorria amplamente, inclusive usando metrô e ônibus. Morava em um apartamento e preparava ele mesmo sua janta, porque se sentia como qualquer outro. Eleito Papa pelos cardeais reunidos em Conclave após a renúncia de Bento XVI, em 13 de março de 2013, escolheu o nome Francisco, porque, seguindo o exemplo do santo de Assis, queria ter um olhar prioritário para com os mais pobres do mundo. Da sacada das bênçãos se apresentou com as palavras: “Irmãos e irmãs, boa noite! E agora, comecemos este caminho: bispo e povo. Este caminho da Igreja de Roma, que preside na caridade todas as Igrejas. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós.” E, depois de inclinar a cabeça, disse: “Peço que vocês rezem ao Senhor para que me abençoe: a oração do povo pedindo a Bênção para seu Bispo.” No dia 19 de março, Solenidade de São José, iniciou oficialmente seu ministério Petrino. Sempre atento aos últimos e aos excluídos da sociedade, Francisco, assim que foi eleito, escolheu viver na Domus Sanctae Marthae, pois não conseguia ficar longe do contato com as pessoas e, desde a primeira Quinta-feira Santa, quis celebrar a Missa in Coena Domini fora do Vaticano, indo a prisões, centros de acolhida de deficientes ou dependentes químicos. Recomendava aos sacerdotes estarem sempre disponíveis para administrar o sacramento da misericórdia, a terem coragem de sair das sacristias para procurar a ovelha perdida e a manterem abertas as portas da igreja para acolher quem buscasse o Rosto de Deus Pai. Exerceu o ministério Petrino com incansável dedicação ao diálogo com muçulmanos e com representantes de outras religiões, convocando-os para encontros de oração e assinando Declarações conjuntas em prol da concórdia entre os membros das diferentes religiões, como o Documento sobre a Fraternidade Humana, assinado em 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi com o líder sunita al-Tayyeb. Seu amor pelos últimos, idosos e crianças levou-o a instituir as Jornadas Mundiais dos Pobres, dos Avós e das Crianças. Instituiu também o Domingo da Palavra de Deus. Mais que qualquer Antecessor, ampliou o Colégio dos Cardeais, convocando dez Consistórios nos quais criou 163 cardeais, dos quais 133 eleitores e 30 não eleitores, provenientes de 73 países, sendo 23 deles representados por um cardeal pela primeira vez. Convocou cinco Assembleias do Sínodo dos Bispos: três gerais ordinárias, dedicadas à família, aos jovens e à sinodalidade; uma extraordinária, também sobre a família; e uma especial para a região Pan-Amazônica. Sua voz ergueu-se várias vezes em defesa dos inocentes. Com a pandemia da Covid-19, na noite de 27 de março de 2020, quis rezar sozinho na Praça São Pedro, cujo colunato simbolicamente abraçava Roma e o mundo, pela humanidade assustada e ferida pelo desconhecido. Os últimos anos do pontificado foram marcados por inúmeros apelos pela paz, contra a Terceira Guerra Mundial em pedaços em curso em diversos países, especialmente na Ucrânia, bem como na Palestina, Israel, Líbano e Mianmar. Após a internação

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Testamento do Santo Padre Francisco

Testamento do Santo Padre Francisco Papa Francisco  Miserando atque Eligendo Em Nome da Santíssima Trindade. Amém. Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura. Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior. Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado. Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo. O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus. As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica. Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos. Santa Marta, 29 de junho de 2022 In Vatican News

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Papa: Acutis e Frassati serão santos no Jubileu. No Vaticano, evento sobre direitos das crianças

Papa: Acutis e Frassati serão santos no Jubileu. No Vaticano, evento sobre direitos das crianças Francisco, ao final da Audiência Geral, anunciou a canonização dos dois jovens leigos em 2025: Acutis no Jubileu das Crianças e dos Adolescentes, Frassati no Jubileu dos Jovens. O Pontífice também divulgou que, em 3 de fevereiro, será realizado no Vaticano um Encontro Mundial dos Direitos das Crianças: “uma oportunidade para identificar novas maneiras de ajudar, proteger milhões de menores explorados, abusados e que sofrem as consequências dramáticas das guerras”.  Salvatore Cernuzio – Vatican News O millennial e o estudante, ambos serão santos durante o Jubileu. Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, modelos e pontos de referência para a fé de milhares de jovens em todo o mundo, serão canonizados no próximo ano: Acutis no Jubileu dos Adolescentes, que será realizado de 25 a 27 de abril; Frassati no Jubileu dos Jovens, de 28 de julho a 3 de agosto. O Papa anunciou a novidade na manhã desta quarta-feira (20/11) ao final da Audiência Geral, provocando aplausos na Praça de São Pedro, repleta de milhares de fiéis abrigados sob guarda-chuvas. Entre eles, também algumas crianças do comitê organizador de um grande evento que será promovido no Vaticano em 3 de fevereiro: o Encontro Mundial sobre os Direitos das Crianças, intitulado “Vamos amá-las e protegê-las”, que contará com a participação de especialistas e personalidades de diferentes países. A iniciativa também foi anunciada por Francisco no final da audiência deste 20 de novembro, Dia Universal dos Direitos da Criança instituído pela ONU. Outra notícia, fora do programa, que também foi recebida com forte aplauso e por um convite do Papa para um grupo de crianças se juntar a ele para cumprimentos e fotos. Francisco acrescentou: Será uma oportunidade para encontrar novas maneiras para ajudar, proteger milhões de crianças que ainda não têm direitos, que vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas e sofrem as consequências dramáticas das guerras. Um evento no Vaticano pelos direitos das crianças “Há um grupo de crianças que está preparando esse dia. Obrigado a todos vocês que estão fazendo isso!”, disse o Papa, apontando para o pequeno grupo de meninos e meninas usando bonés amarelos e carregando o cartaz ‘Ruoti per la Pace’, acompanhados pelo Padre Enzo Fortunato e Aldo Cagnoli, ambos organizadores da famosa JMC, a primeira Jornada Mundial das Crianças realizada em maio no Estádio Olímpico de Roma. Imediatamente após as palavras do Papa, uma menina correu primeiro em direção aos degraus da Basílica: “e vocês podem ver que há uma corajosa…”, sorriu Francisco. “Agora vêm todos!”, exclamou ela ao ver todo o grupo correndo em direção a ele para agradecê-lo, em nome de todas as crianças, pela importante iniciativa que, além da JMC, de alguma forma dá continuidade ao compromisso da Cúpula de 2019 sobre a Proteção de Menores no Vaticano. As canonizações O pequeno Francisco (“Você se chama como eu!”, exclamou o Papa) e todos os outros apertaram a mão do Pontífice e tiraram uma foto juntos. Logo depois, Jorge Mario Bergoglio, ainda pensando nos pequenos, fez o anúncio das duas canonizações: “Quero dizer que no próximo ano, no Jubileu dos Adolescentes, canonizarei o Beato Carlo Acutis e, no Jubileu dos Jovens, no próximo ano, canonizarei o Beato Pier Giorgio Frassati.” Dois “jovens” santos Em 23 de maio, o Papa Francisco aprovou o decreto para a canonização de Carlo Acutis, o jovem leigo apaixonado pela Eucaristia e pela tecnologia da informação, descrito por muitos como “um influencer da santidade”. No Consistório ordinário de 1º de julho, ele havia anunciado que seria elevado às honras dos altares “em uma data a ser determinada”. O bispo de Assis, Domenico Sorrentino, havia antecipado nos últimos meses que a Providência, disse o bispo, “queria que a proclamação de sua santidade, a ’canonização’, ocorresse no ano jubilar que começará dentro de alguns meses”. Frassati, um jovem estudante de Turim, terciário dominicano e membro dos Vicentinos, da Fuci e da Ação Católica, é um dos beatos mais conhecidos entre as novas gerações de católicos, considerado um dos santos “sociais” da Itália. Membro de uma família rica, dedicado à oração e aos frágeis, era também um bom esportista: “um alpinista… sagaz”, chamou-o João Paulo II, que quis beatificar esse “menino das oito Bem-aventuranças” em 1990. Agora, outro Pontífice, de origem piemontesa, o eleva às honras dos altares em um ano dedicado a recuperar a esperança. Aquela que tanto Acutis quanto Frassati pregaram, não com palavras, mas com suas vidas. Fonte: Vatican News

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O Papa deixa Singapura, termina a viagem à Ásia e Oceania

O Papa deixa Singapura rumo a Roma, termina a viagem à Ásia e Oceania © TIZIANA FABI/AFP via Getty Images Silvonei José – Vatican News O Papa Francisco concluiu nesta sexta-feira (13/09) o que deveria ser um duro teste em seu pontificado: a mais longa viagem internacional, 12 dias em que percorreu quatro países – Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura – e na qual, apesar de seus 87 anos e de seus problemas de mobilidade, passou sem problemas, em boa forma e sem mostrar sinais de fraqueza. A viagem, durante a qual percorreu 32 mil quilômetros, somados aos que percorreu de carro e de papamóvel entre os fiéis, as quatro mudanças de horário e os sete voos, não parecem ter afetado o Pontífice, que nesta sexta-feira se despediu de Singapura com uma visita a um lar de idosos e um encontro com os jovens, no qual mais uma vez mostrou seu bom humor. O Papa Francisco deixou Singapura às 12h25, hora local, concluindo sua 45ª viagem apostólica internacional à Ásia e à Oceania. Antes da cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional de Singapura, o Pontífice, recebido pelo Ministro da Cultura, Comunidade e Juventude, teve uma breve conversa com ele. O voo papal (A350 – Singapura Airlines) deve percorrer 9.567 Km em cerca de 12h35’’ chegando ao Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Roma-Fiumicino no final da tarde italiana. Durante o voo, previsto o tradicional encontro com os jornalistas para a coletiva de imprensa. Francisco nos últimos dias foi visto por centenas de milhares de pessoas e apertou a mão de muitas delas, nas longas filas que se formavam no aguardo dos diversos eventos, sem perder a paciência, parando o carro em várias ocasiões para abençoar os bebês que os pais traziam para o lado da estrada para vê-lo passar por um momento, e sempre se aproximando dos doentes para um afago. Também distribuiu doces para as crianças, uma a uma, que se exibiam cantando, dançando e tocando seus instrumentos durante suas apresentações, embora sempre em sua cadeira de rodas. Francisco, um grande amante da Ásia, seguindo os passos dos jesuítas aos quais pertence, também quis mostrar que esse continente é a esperança para a Igreja Católica. O Papa voltará a pegar um avião em 15 dias para viajar para a Bélgica e Luxemburgo. Fonte: Vatican News

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JMC, o desejo do Papa para as crianças do mundo: que tenham o necessário para viver

JMC, o desejo do Papa para as crianças do mundo: que tenham o necessário para viver “Se eu pudesse fazer um milagre, qual milagre eu faria? É fácil: que todas as crianças tenham o necessário para viver, comer, brincar, ir à escola. Este é o milagre que eu gostaria de fazer”, disse Francisco, ao responder a pergunta de uma criança da Indonésia, no âmbito da I Jornada Mundial das Crianças realizada no Estádio Olímpico de Roma, na tarde deste sábado.  Mariangela Jaguraba – Vatican News Neste sábado (25/05), dentro da programação da I Jornada Mundial das Crianças (JMC), o Papa Francisco foi recebido por milhares delas no Estádio Olímpico de Roma. Cerca de cinquenta mil pessoas participaram do evento.   Suas palavras iniciais foram um convite para dar o “pontapé inicial” a um movimento de meninos e meninas que querem construir um mundo de paz, “onde sejamos todos irmãos, um mundo que tem futuro, porque queremos cuidar do ambiente que nos rodeia”, disse o Pontífice.  O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças Uma onda de alegria “Em vocês, crianças, tudo fala de vida, de futuro, e a Igreja, que é mãe, as acolhe e as acompanha com ternura e esperança”, disse ainda Francisco. O Papa recordou que em 7 de novembro passado, teve “a alegria de acolher no Vaticano milhares de crianças provenientes de várias partes do mundo”. Naquele dia vocês trouxeram uma onda de alegria; e me fizeram suas perguntas sobre o futuro. Aquele encontro deixou uma marca no meu coração e eu entendi que aquela conversa com vocês devia continuar, devia estender-se a muitas outras crianças e adolescentes. É por isso que estamos aqui hoje: para continuar a dialogar, para fazer perguntas e dar respostas.   Tristeza por causa das guerras “Sei que vocês estão tristes com as guerras. Eu lhes faço uma pergunta: vocês estão tristes com as guerras?”, perguntou o Papa. E as crianças responderam: “Sim”!   A seguir, Francisco disse às crianças que recebeu, neste sábado, algumas crianças que “fugiram da Ucrânia e estavam sofrendo muito com as guerras”. “Algumas delas estavam feridas”. “A guerra é uma coisa boa”?, perguntou o Papa, e as crianças responderam: “Não!” “A paz, é uma coisa bonita?” “Sim!”, responderam elas. “Vocês estão tristes porque muitos de seus coetâneos não podem ir à escola. Há meninas e meninos que não podem ir à escola”, disse ainda o Papa, que acrescentou: Rezemos pelas crianças que não podem ir à escola, pelas crianças que sofrem com as guerras, pelas crianças que não têm alimento, pelas crianças que estão doentes e ninguém cuida delas. O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças A alegria é a saúde da alma A seguir, o Papa perguntou: “Vocês sabem qual é o lema desta Jornada Mundial das Crianças? O lema é uma frase tirada da Bíblia: ‘Eis que faço novas todas as coisas’”. “Vocês já ouviram?” As crianças respondem: “Sim!” “Esse é o lema. É lindo. Pensem: Deus quer isso, tudo o que não é novo passa. Deus é novidade. O Senhor sempre nos dá novidade”, disse o Papa. “Queridas crianças, vamos em frente e tenhamos alegria. A alegria é saúde para a alma. Queridas meninas, queridos meninos, Jesus disse no Evangelho que ama vocês. Coragem e adiante”, sublinhou Francisco que rezou uma Ave-Maria com as crianças. Gesto de paz Depois, o Papa respondeu algumas perguntas feitas pelas crianças. Jerônimo proveniente da Colômbia perguntou ao Papa se a paz é sempre possível. O Papa dirigiu a pergunta às crianças que responderam que sim e que é preciso fazer a paz quando se tem um problema na escola. É preciso perdoar e pedir desculpas. “Dar as mãos é um gesto de paz”, disse Francisco, estendendo a mão ao menino. Lia Marise do Burundi, um dos 101 países representados na Jornada Mundial das Crianças, perguntou ao Papa o que as crianças podem fazer para tornar o mundo melhor. O Papa respondeu, dizendo: não brigar, falar com gentileza, brincar juntos e ajudar os outros. “Fazendo essas coisas, o mundo será melhor”, sublinhou. O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças A cada criança que se aproximava dele, o Papa dava a cada uma delas um sorriso e alguns doces. “Como fazer para amar a todos. Todos. Todos?”, perguntou Ricardo, um menino cigano de Scampia. “Comecemos por amar aqueles que estão mais próximos de nós”, respondeu o Papa, “e assim vamos adiante”. Que todas as crianças tenham o necessário para viver Uma menina da Indonésia perguntou ao Papa: “Se o senhor pudesse fazer um milagre, qual escolheria?” Francisco respondeu: “Se eu pudesse fazer um milagre, qual milagre eu faria? É fácil: que todas as crianças tenham o necessário para viver, comer, brincar, ir à escola. Este é o milagre que eu gostaria de fazer.” É verdade, respondeu a Ali, do Paquistão, “que somos todos irmãos e irmãs”. “No entanto, muitas pessoas não têm casa nem trabalho”. “Por quê?”, perguntou uma criança da Nicarágua. “É o fruto da maldade, do egoísmo e da guerra”, respondeu o Pontífice. Muitos países gastam dinheiro para fabricar armas e há pessoas que não têm nada para comer. “Todos os dias, rezem pelas crianças que sofrem essa injustiça”, disse Francisco às milhares de crianças nas arquibancadas e ao redor dele, insistindo para que fazessem um minuto de silêncio pelas injustiças. O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças Falar com quem tem o coração duro “Como abrir o coração dos adultos?”, perguntou Ido, da Coreia do Sul. Há muita gente fechada, “com o coração duro, com o coração que parece um muro”, disse o Papa. Não é fácil, repetiu, mas vocês, crianças, devem ter esta ilusão de fazer coisas que façam os adultos pensar. Vocês devem bater às portas dos adultos e fazer essas perguntas e também fazê-las a Deus. “Vocês, crianças, podem fazer uma verdadeira revolução com essas perguntas e com essas inquietações”, exortou. “Viva os avós!” O Papa pensou também nos idosos, motivado pela

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