Papa Francisco

Jubileu 2025: «A porta da esperança foi escancarada para o mundo», afirmou o Papa Francisco após passar pela Porta Santa

Jubileu 2025: «A porta da esperança foi escancarada para o mundo», afirmou o Papa Francisco após passar pela Porta Santa Missa da Noite de Natal assinalou o início ano jubilar 27.º jubileu ordinário da história da Igreja Católica Foto Remo Casilli/EPA/Lusa Cidade do Vaticano, 24 dez 2024 (Ecclesia) – Cidade do Vaticano, 24 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje na homilia da Missa da Noite de Natal, que assinalou o início do Ano Jubilar com a abertura da Porta Santa, que a “esperança foi escancarada para o mundo”. “Esta é a noite em que a porta da esperança foi escancarada para o mundo; esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para ti”, afirmou o Papa. Francisco presidiu à Missa com rito de abertura da Porta Santa, uma tradição com 600 anos e que marca o início solene do Jubileu 2025, que coincide com a celebração dos 1700 anos do primeiro concílio ecuménico, o Concílio de Niceia, que afirmou a divindade de Jesus, Filho de Deus. O Papa, transportado em cadeira de rodas, passou a Porta Santa acompanhado por representantes de católicos dos cinco continentes e também por membros de outras Igrejas e comunhões cristãs presentes em Roma, “sinal visível da fé que todos os cristãos partilham em Jesus Cristo, o Verbo feito carne”, indica uma nota do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos enviada à Agência ECCLESIA. De acordo o documento, a passagem do limiar da Porta Santa por parte dos representantes de Igrejas ecuménicas não é uma “tentativa de os associar a elementos do Jubileu, como a indulgência jubilar, que não estão de acordo com as práticas das suas respetivas comunidades”. A celebração da Noite de Natal começou no exterior da Basílica de São Pedro, com um momento de preparação que inclui a leitura de três textos do Antigo Testamento – livros do Génesis, Isaías e Miqueias – que “anunciam a vinda de Cristo Salvador”. A abertura da Porta Santa acontece, tradicionalmente, na celebração do nascimento de Jesus, incluindo o “anúncio do Natal”. Antes da Missa, decorreu o rito que marca o início do Jubileu, “tempo da misericórdia e do perdão”, iniciando-se com uma antífona, seguida da oração do Papa, para que “se abra a cada homem e mulher o caminho da esperança que não desilude”. Foto Ettore Ferrari/EPALusa Após a leitura de uma passagem do Evangelho segundo São João, Francisco aproximou-se da Porta Santa, altura em que decorre o diálogo explicativo da abertura ritual: “Esta é a porta do Senhor: por ela entram os justos. Abri-me as portas da justiça: entrarei nelas para dar graças ao Senhor” (Salmo 118). O Papa vai abriu a porta em silêncio, recolhendo-se em oração, seguindo-se o toque dos sinos, entrando depois na Basílica acompanhado por representantes de católicos dos cinco continentes e por convidados de outras confissões cristãs, ao som do hino jubilar, “Peregrinos da Esperança”. Na bula de proclamação do 27.º jubileu ordinário da história da Igreja Católica, intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), o Papa Francisco propõe um cessar-fogo global e o perdão das dívidas aos países pobres. “Que o primeiro sinal de esperança se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”, escreve Francisco, que defende também uma amnistia para os presos, como sinal de esperança, anunciando que vai abrir uma porta santa numa cadeia. Depois da Missa da Noite de Natal, no Vaticano, decorre o evento ‘Note del Natale – Speciale Giubileo’ (Notas de Natal – Especial Jubileu), uma celebração cultural com transmissão desde a Praça de São Pedro, com a presença de Andrea Bocelli, Claudio Baglioni, Giovanni Allevi, o coro da Capela Juliana da Basílica de São Pedro, a violinista Anastasiya Petryshak e o bailarino Roberto Bolle. OC/PR (Notícia atualizada às 19h14) Fonte: Agência Ecclesia

Papa: Acutis e Frassati serão santos no Jubileu. No Vaticano, evento sobre direitos das crianças

Papa: Acutis e Frassati serão santos no Jubileu. No Vaticano, evento sobre direitos das crianças Francisco, ao final da Audiência Geral, anunciou a canonização dos dois jovens leigos em 2025: Acutis no Jubileu das Crianças e dos Adolescentes, Frassati no Jubileu dos Jovens. O Pontífice também divulgou que, em 3 de fevereiro, será realizado no Vaticano um Encontro Mundial dos Direitos das Crianças: “uma oportunidade para identificar novas maneiras de ajudar, proteger milhões de menores explorados, abusados e que sofrem as consequências dramáticas das guerras”.  Salvatore Cernuzio – Vatican News O millennial e o estudante, ambos serão santos durante o Jubileu. Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, modelos e pontos de referência para a fé de milhares de jovens em todo o mundo, serão canonizados no próximo ano: Acutis no Jubileu dos Adolescentes, que será realizado de 25 a 27 de abril; Frassati no Jubileu dos Jovens, de 28 de julho a 3 de agosto. O Papa anunciou a novidade na manhã desta quarta-feira (20/11) ao final da Audiência Geral, provocando aplausos na Praça de São Pedro, repleta de milhares de fiéis abrigados sob guarda-chuvas. Entre eles, também algumas crianças do comitê organizador de um grande evento que será promovido no Vaticano em 3 de fevereiro: o Encontro Mundial sobre os Direitos das Crianças, intitulado “Vamos amá-las e protegê-las”, que contará com a participação de especialistas e personalidades de diferentes países. A iniciativa também foi anunciada por Francisco no final da audiência deste 20 de novembro, Dia Universal dos Direitos da Criança instituído pela ONU. Outra notícia, fora do programa, que também foi recebida com forte aplauso e por um convite do Papa para um grupo de crianças se juntar a ele para cumprimentos e fotos. Francisco acrescentou: Será uma oportunidade para encontrar novas maneiras para ajudar, proteger milhões de crianças que ainda não têm direitos, que vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas e sofrem as consequências dramáticas das guerras. Um evento no Vaticano pelos direitos das crianças “Há um grupo de crianças que está preparando esse dia. Obrigado a todos vocês que estão fazendo isso!”, disse o Papa, apontando para o pequeno grupo de meninos e meninas usando bonés amarelos e carregando o cartaz ‘Ruoti per la Pace’, acompanhados pelo Padre Enzo Fortunato e Aldo Cagnoli, ambos organizadores da famosa JMC, a primeira Jornada Mundial das Crianças realizada em maio no Estádio Olímpico de Roma. Imediatamente após as palavras do Papa, uma menina correu primeiro em direção aos degraus da Basílica: “e vocês podem ver que há uma corajosa…”, sorriu Francisco. “Agora vêm todos!”, exclamou ela ao ver todo o grupo correndo em direção a ele para agradecê-lo, em nome de todas as crianças, pela importante iniciativa que, além da JMC, de alguma forma dá continuidade ao compromisso da Cúpula de 2019 sobre a Proteção de Menores no Vaticano. As canonizações O pequeno Francisco (“Você se chama como eu!”, exclamou o Papa) e todos os outros apertaram a mão do Pontífice e tiraram uma foto juntos. Logo depois, Jorge Mario Bergoglio, ainda pensando nos pequenos, fez o anúncio das duas canonizações: “Quero dizer que no próximo ano, no Jubileu dos Adolescentes, canonizarei o Beato Carlo Acutis e, no Jubileu dos Jovens, no próximo ano, canonizarei o Beato Pier Giorgio Frassati.” Dois “jovens” santos Em 23 de maio, o Papa Francisco aprovou o decreto para a canonização de Carlo Acutis, o jovem leigo apaixonado pela Eucaristia e pela tecnologia da informação, descrito por muitos como “um influencer da santidade”. No Consistório ordinário de 1º de julho, ele havia anunciado que seria elevado às honras dos altares “em uma data a ser determinada”. O bispo de Assis, Domenico Sorrentino, havia antecipado nos últimos meses que a Providência, disse o bispo, “queria que a proclamação de sua santidade, a ’canonização’, ocorresse no ano jubilar que começará dentro de alguns meses”. Frassati, um jovem estudante de Turim, terciário dominicano e membro dos Vicentinos, da Fuci e da Ação Católica, é um dos beatos mais conhecidos entre as novas gerações de católicos, considerado um dos santos “sociais” da Itália. Membro de uma família rica, dedicado à oração e aos frágeis, era também um bom esportista: “um alpinista… sagaz”, chamou-o João Paulo II, que quis beatificar esse “menino das oito Bem-aventuranças” em 1990. Agora, outro Pontífice, de origem piemontesa, o eleva às honras dos altares em um ano dedicado a recuperar a esperança. Aquela que tanto Acutis quanto Frassati pregaram, não com palavras, mas com suas vidas. Fonte: Vatican News

JMJ Seul 2027: Santa Sé anuncia tema e logotipo durante coletiva de imprensa

JMJ Seul 2027: Santa Sé anuncia tema e logotipo durante coletiva de imprensa Nesta terça-feira, 24 de setembro, a Santa Sé anunciou em coletiva de imprensa o tema da Jornada Mundial da Juventude Seul 2027: “Tende coragem: eu venci o mundo!” (João 16,33). O Papa Francisco escolheu esse versículo para inspirar os jovens com a mensagem de coragem e vitória em Cristo. A peregrinação dos símbolos da JMJ começará em novembro de 2024, marcando o início da preparação espiritual.  Thulio Fonseca – Vatican News   Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 24 de setembro, a Santa Sé divulgou informações sobre a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorrerá em Seul, em 2027. O evento, reconhecido como o maior encontro global de jovens católicos, teve seu tema e logotipo oficialmente apresentados, junto a outros detalhes da organização.   O tema escolhido pelo Papa Francisco para a JMJ de 2027 é a passagem bíblica “Tende coragem: eu venci o mundo!” (João 16,33). Segundo o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, esse será também o tema da Jornada Mundial da Juventude diocesana em 2026. Para a edição de 2025, o Papa definiu o versículo “Vós também dareis testemunho, porque estais comigo” (João 15,27) como inspiração. Ambos os temas, conforme o cardeal destacou, estão relacionados ao “discurso de despedida de Jesus”, que visa preparar seus discípulos para vivenciar o mistério de sua paixão, morte e ressurreição. “Esses temas refletem o testemunho e a coragem derivados da vitória Pascal de Cristo”, afirmou Farrell. Logotipo da próxima JMJ (© Dicasterio para os Leigos, a Familia e a Vida) Logotipo da JMJ Seul 2027   Dom Paul Kyung Sang Lee, bispo auxiliar de Seul e coordenador-geral da JMJ Seul 2027, apresentou o logotipo criado para a próxima edição. No centro do design, uma cruz em tons de vermelho e azul representa a vitória de Jesus sobre o mundo. O vermelho evoca o sangue dos mártires e simboliza a coragem, enquanto o azul reflete a vitalidade dos jovens e o chamado de Deus. Esses elementos remetem ao símbolo Taegeuk, presente na bandeira sul-coreana. A cor amarela, que brilha ao fundo da cruz, representa Jesus como “a luz do mundo”, em uma metáfora ao sol nascente que guia a Igreja em sua busca por unidade. O logotipo incorpora, de maneira sutil, caracteres da escrita coreana, o hangul, que formam a palavra “Seul”, além de se inspirar na arte tradicional coreana. Preparativos e peregrinação dos símbolos   Por fim, dom Paul compartilhou os avanços nos preparativos para o evento, como a formação do Comitê Organizador Local, oficializado em dezembro de 2022, e uma campanha de oração em fevereiro de 2023, que visava um bilhão de terços em intenção da JMJ.   Além disso, o cardeal Farrell anunciou que a peregrinação dos símbolos da JMJ – a Cruz dos Jovens e o ícone de Maria Salus Populi Romani – terá início no dia 24 de novembro deste ano, durante a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Na ocasião, durante uma missa na Basílica de São Pedro presidida pelo Papa, os símbolos serão entregues aos jovens coreanos, marcando o início das atividades espirituais em preparação para o evento em Seul. Ouça a entrevista completa com Gleison de Paula Souza, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida Expectativas para o maior evento católico do mundo   Gleison de Paula Souza, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, em entrevista à Radio Vaticano-Vatican News, destacou a importância dos próximos temas das JMJ’s de 2025 e 2026, em preparação para o caminho rumo a Seul em 2027. De acordo com Gleison, a Igreja coreana é um testemunho vivo da fé, e o Papa convida os jovens a enfrentar suas jornadas espirituais com coragem, respeitando e vivendo a comunhão com os outros.   O secretário do dicastério também mencionou a modernidade e a forte tradição cultural da Coreia, o que, segundo ele, trará uma das maiores jornadas já vistas, não necessariamente pelo número de participantes, mas pela riqueza cultural e espiritual que a experiência oferecerá. Ouça a entrevista completa com o coordenador do Setor Juventude do Dicastério, padre Franco Galdino Preparação espiritual e cultural   O coordenador do Setor Juventude do Dicastério, padre Franco Galdino, compartilhou seu entusiasmo em relação à organização da JMJ 2027, destacando o estilo proativo e organizado da Igreja coreana. O sacerdote ressaltou que o tema “Coragem, eu venci o mundo” abrirá horizontes para uma Igreja jovem e vibrante, fortalecida pelo testemunho dos mártires coreanos, como um espaço de troca de experiências de fé entre jovens de todo o mundo.   Pe. Franco enfatizou também o impacto cultural da Coreia, mencionando que a música e as séries coreanas já têm grande influência no Brasil. Ele acredita que essa conexão cultural atrairá muitos jovens brasileiros para a JMJ, e que a Coreia, além de sua modernidade, oferecerá uma experiência de testemunho autêntico, destacando como viver a fé em uma sociedade altamente desenvolvida e tecnológica. Fonte: Vatican News

O Papa deixa Singapura, termina a viagem à Ásia e Oceania

O Papa deixa Singapura rumo a Roma, termina a viagem à Ásia e Oceania © TIZIANA FABI/AFP via Getty Images Silvonei José – Vatican News O Papa Francisco concluiu nesta sexta-feira (13/09) o que deveria ser um duro teste em seu pontificado: a mais longa viagem internacional, 12 dias em que percorreu quatro países – Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura – e na qual, apesar de seus 87 anos e de seus problemas de mobilidade, passou sem problemas, em boa forma e sem mostrar sinais de fraqueza. A viagem, durante a qual percorreu 32 mil quilômetros, somados aos que percorreu de carro e de papamóvel entre os fiéis, as quatro mudanças de horário e os sete voos, não parecem ter afetado o Pontífice, que nesta sexta-feira se despediu de Singapura com uma visita a um lar de idosos e um encontro com os jovens, no qual mais uma vez mostrou seu bom humor. O Papa Francisco deixou Singapura às 12h25, hora local, concluindo sua 45ª viagem apostólica internacional à Ásia e à Oceania. Antes da cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional de Singapura, o Pontífice, recebido pelo Ministro da Cultura, Comunidade e Juventude, teve uma breve conversa com ele. O voo papal (A350 – Singapura Airlines) deve percorrer 9.567 Km em cerca de 12h35’’ chegando ao Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Roma-Fiumicino no final da tarde italiana. Durante o voo, previsto o tradicional encontro com os jornalistas para a coletiva de imprensa. Francisco nos últimos dias foi visto por centenas de milhares de pessoas e apertou a mão de muitas delas, nas longas filas que se formavam no aguardo dos diversos eventos, sem perder a paciência, parando o carro em várias ocasiões para abençoar os bebês que os pais traziam para o lado da estrada para vê-lo passar por um momento, e sempre se aproximando dos doentes para um afago. Também distribuiu doces para as crianças, uma a uma, que se exibiam cantando, dançando e tocando seus instrumentos durante suas apresentações, embora sempre em sua cadeira de rodas. Francisco, um grande amante da Ásia, seguindo os passos dos jesuítas aos quais pertence, também quis mostrar que esse continente é a esperança para a Igreja Católica. O Papa voltará a pegar um avião em 15 dias para viajar para a Bélgica e Luxemburgo. Fonte: Vatican News

JMC, o desejo do Papa para as crianças do mundo: que tenham o necessário para viver

JMC, o desejo do Papa para as crianças do mundo: que tenham o necessário para viver “Se eu pudesse fazer um milagre, qual milagre eu faria? É fácil: que todas as crianças tenham o necessário para viver, comer, brincar, ir à escola. Este é o milagre que eu gostaria de fazer”, disse Francisco, ao responder a pergunta de uma criança da Indonésia, no âmbito da I Jornada Mundial das Crianças realizada no Estádio Olímpico de Roma, na tarde deste sábado.  Mariangela Jaguraba – Vatican News Neste sábado (25/05), dentro da programação da I Jornada Mundial das Crianças (JMC), o Papa Francisco foi recebido por milhares delas no Estádio Olímpico de Roma. Cerca de cinquenta mil pessoas participaram do evento.   Suas palavras iniciais foram um convite para dar o “pontapé inicial” a um movimento de meninos e meninas que querem construir um mundo de paz, “onde sejamos todos irmãos, um mundo que tem futuro, porque queremos cuidar do ambiente que nos rodeia”, disse o Pontífice.  O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças Uma onda de alegria “Em vocês, crianças, tudo fala de vida, de futuro, e a Igreja, que é mãe, as acolhe e as acompanha com ternura e esperança”, disse ainda Francisco. O Papa recordou que em 7 de novembro passado, teve “a alegria de acolher no Vaticano milhares de crianças provenientes de várias partes do mundo”. Naquele dia vocês trouxeram uma onda de alegria; e me fizeram suas perguntas sobre o futuro. Aquele encontro deixou uma marca no meu coração e eu entendi que aquela conversa com vocês devia continuar, devia estender-se a muitas outras crianças e adolescentes. É por isso que estamos aqui hoje: para continuar a dialogar, para fazer perguntas e dar respostas.   Tristeza por causa das guerras “Sei que vocês estão tristes com as guerras. Eu lhes faço uma pergunta: vocês estão tristes com as guerras?”, perguntou o Papa. E as crianças responderam: “Sim”!   A seguir, Francisco disse às crianças que recebeu, neste sábado, algumas crianças que “fugiram da Ucrânia e estavam sofrendo muito com as guerras”. “Algumas delas estavam feridas”. “A guerra é uma coisa boa”?, perguntou o Papa, e as crianças responderam: “Não!” “A paz, é uma coisa bonita?” “Sim!”, responderam elas. “Vocês estão tristes porque muitos de seus coetâneos não podem ir à escola. Há meninas e meninos que não podem ir à escola”, disse ainda o Papa, que acrescentou: Rezemos pelas crianças que não podem ir à escola, pelas crianças que sofrem com as guerras, pelas crianças que não têm alimento, pelas crianças que estão doentes e ninguém cuida delas. O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças A alegria é a saúde da alma A seguir, o Papa perguntou: “Vocês sabem qual é o lema desta Jornada Mundial das Crianças? O lema é uma frase tirada da Bíblia: ‘Eis que faço novas todas as coisas’”. “Vocês já ouviram?” As crianças respondem: “Sim!” “Esse é o lema. É lindo. Pensem: Deus quer isso, tudo o que não é novo passa. Deus é novidade. O Senhor sempre nos dá novidade”, disse o Papa. “Queridas crianças, vamos em frente e tenhamos alegria. A alegria é saúde para a alma. Queridas meninas, queridos meninos, Jesus disse no Evangelho que ama vocês. Coragem e adiante”, sublinhou Francisco que rezou uma Ave-Maria com as crianças. Gesto de paz Depois, o Papa respondeu algumas perguntas feitas pelas crianças. Jerônimo proveniente da Colômbia perguntou ao Papa se a paz é sempre possível. O Papa dirigiu a pergunta às crianças que responderam que sim e que é preciso fazer a paz quando se tem um problema na escola. É preciso perdoar e pedir desculpas. “Dar as mãos é um gesto de paz”, disse Francisco, estendendo a mão ao menino. Lia Marise do Burundi, um dos 101 países representados na Jornada Mundial das Crianças, perguntou ao Papa o que as crianças podem fazer para tornar o mundo melhor. O Papa respondeu, dizendo: não brigar, falar com gentileza, brincar juntos e ajudar os outros. “Fazendo essas coisas, o mundo será melhor”, sublinhou. O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças A cada criança que se aproximava dele, o Papa dava a cada uma delas um sorriso e alguns doces. “Como fazer para amar a todos. Todos. Todos?”, perguntou Ricardo, um menino cigano de Scampia. “Comecemos por amar aqueles que estão mais próximos de nós”, respondeu o Papa, “e assim vamos adiante”. Que todas as crianças tenham o necessário para viver Uma menina da Indonésia perguntou ao Papa: “Se o senhor pudesse fazer um milagre, qual escolheria?” Francisco respondeu: “Se eu pudesse fazer um milagre, qual milagre eu faria? É fácil: que todas as crianças tenham o necessário para viver, comer, brincar, ir à escola. Este é o milagre que eu gostaria de fazer.” É verdade, respondeu a Ali, do Paquistão, “que somos todos irmãos e irmãs”. “No entanto, muitas pessoas não têm casa nem trabalho”. “Por quê?”, perguntou uma criança da Nicarágua. “É o fruto da maldade, do egoísmo e da guerra”, respondeu o Pontífice. Muitos países gastam dinheiro para fabricar armas e há pessoas que não têm nada para comer. “Todos os dias, rezem pelas crianças que sofrem essa injustiça”, disse Francisco às milhares de crianças nas arquibancadas e ao redor dele, insistindo para que fazessem um minuto de silêncio pelas injustiças. O Papa no Estádio Olímpico para a Jornada Mundial das Crianças Falar com quem tem o coração duro “Como abrir o coração dos adultos?”, perguntou Ido, da Coreia do Sul. Há muita gente fechada, “com o coração duro, com o coração que parece um muro”, disse o Papa. Não é fácil, repetiu, mas vocês, crianças, devem ter esta ilusão de fazer coisas que façam os adultos pensar. Vocês devem bater às portas dos adultos e fazer essas perguntas e também fazê-las a Deus. “Vocês, crianças, podem fazer uma verdadeira revolução com essas perguntas e com essas inquietações”, exortou. “Viva os avós!” O Papa pensou também nos idosos, motivado pela

O sonho do Papa para o Jubileu: silenciar as armas e abolir a pena de morte

O sonho do Papa para o Jubileu: silenciar as armas e abolir a pena de morte “Spes non confundit” é o título da Bula de proclamação do Ano Santo de 2025. Os apelos de Francisco são pelos prisioneiros, migrantes, doentes, idosos e jovens dominados pelas drogas e transgressões. No texto, o anúncio da abertura de uma Porta Santa em um presídio, o pedido de perdão da dívida dos países pobres, o incentivo ao aumento da taxa de natalidade, a acolhida dos migrantes, o desejo de criar um fundo para abolir a fome e um maior empenho da diplomacia por uma paz duradoura.  Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano Ouça e compartilhe É a esperança que o Papa invoca como dom no Jubileu 2025 para um mundo marcado pelo conflito de armas, morte, destruição, ódio contra o próximo, fome, “dívida ecológica” e baixa taxa de natalidade. A esperança é o bálsamo que Francisco quer derramar sobre as feridas de uma humanidade oprimida pela “brutalidade da violência” ou que se encontra nas garras de um crescimento exponencial da pobreza. “Spes non confundit”, a esperança não decepciona, é o título da Bula de proclamação do Jubileu Ordinário entregue na tarde de hoje, 9 de maio, pelo Papa às Igrejas dos cinco continentes durante as primeiras Vésperas da Solenidade da Ascensão. A Bula, dividida em 25 pontos, contém súplicas, propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens, e anuncia as novidades de um Ano Santo que terá como tema “Peregrinos de esperança”. “Spes non confundit”, a Bula de proclamação do Jubileu 2025 Uma data comum para a Páscoa  No documento, o Papa Francisco recorda dois importantes aniversários: a celebração em 2033 dos dois mil anos da Redenção e os 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecumênico de Nicéia, que entre outros temas tratou também da definição da data da Páscoa. Ainda hoje, “posições diferentes” impedem a celebração no mesmo dia do “o evento fundante da fé”, ressalta, lembrando que, no entanto, “por uma circunstância providencial, isso acontecerá precisamente no ano de 2025” (17).  “Seja isto um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno duma data comum para a Páscoa.” A abertura da Porta Santa Em meio a essas “grandes etapas”, o Papa estabelece que a Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta em 24 de dezembro de 2024. No domingo seguinte, 29 de dezembro, o Pontífice abrirá a Porta Santa da Basílica de São João de Latrão; em 1º de janeiro de 2025, Solenidade de Maria Mãe de Deus, a de Santa Maria Maior e, em 5 de janeiro, a Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros. As três Portas serão fechadas no domingo, 28 de dezembro do mesmo ano. O Jubileu terminará com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro em 6 de janeiro de 2026. (6) A abertura da Porta Santa no Jubileu da Misericórdia (8 de dezembro de 2015) Sinais dos tempos Francisco espera que “o primeiro sinal de esperança” do Jubileu “se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”.  “Esquecida dos dramas do passado, a humanidade encontra-se de novo submetida a uma difícil prova que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência. Faltará ainda a esses povos algo que não tenham já sofrido? Como é possível que o seu desesperado grito de ajuda não impulsione os responsáveis das Nações a querer pôr fim aos demasiados conflitos regionais, cientes das consequências que daí podem derivar a nível mundial? Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte?” Apelo em favor da natalidade Com preocupação, o Papa Francisco observa a “queda na taxa de natalidade” que está sendo registrada em vários países e por vários motivos: “dos ritmos frenéticos de vida”, “dos receios face ao futuro”, “da falta de garantias de emprego e de adequada proteção social” e “de modelos sociais ditados mais pela procura do lucro do que pelo cuidado das relações humanas”. Para o Pontífice, há uma “necessidade urgente” de “apoio convicto” dos fiéis e da sociedade civil ao “desejo” dos jovens de gerar novas crianças, para que o futuro possa ser “marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios”. (9) A ternura de Francisco com uma criança nos braços Para os presidiários, respeito, condições dignas, abolição da pena de morte Na sequência, Francisco pede “sinais tangíveis de esperança” para os presos. Propõe aos governos “formas de amnistia ou de perdão da pena”, bem como “percursos de reinserção na comunidade”. Acima de tudo, o Papa pede “condições dignas para quem está recluso, respeito pelos direitos humanos e sobretudo a abolição da pena de morte”. (10) Para oferecer aos prisioneiros um sinal concreto de proximidade, o próprio Pontífice abrirá uma Porta Santa em uma prisão. Esperança para os doentes e incentivo para os jovens: “Não podemos decepcioná-los”. Sinais de esperança também devem ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital: “O cuidado para com eles é um hino à dignidade humana”. (11) A esperança também é necessária para os jovens que, com tanta frequência, “veem desmoronar-se os seus sonhos”.  “A ilusão das drogas, o risco da transgressão e a busca do efêmero criam nos jovens, mais do que nos outros, confusão e escondem-lhes a beleza e o sentido da vida, fazendo-os escorregar para abismos escuros e impelindo-os a gestos autodestrutivos.” (12) Sinais de esperança em relação aos migrantes Mais uma vez o Papa pede que as expectativas dos migrantes “não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos”.  “A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social.” (13) O Papa abraça um migrante durante sua viagem a Malta

Papa Francisco: O meu Presépio

Papa Francisco: O meu Presépio Duas vezes desejei ir a Greccio. A primeira, para conhecer o lugar onde São Francisco de Assis inventou o presépio, que também marcou a minha infância: em casa dos meus pais, em Buenos Aires, estava sempre presente este símbolo do Natal, mais até do que a árvore. Da segunda vez voltei de boa vontade a esta localidade, hoje situada na província de Rieti, para assinar a carta apostólica Admirabile Signum sobre o sentido e o significado do presépio nos nossos dias. Em ambas as ocasiões senti libertar-se uma emoção especial da gruta onde podemos admirar um fresco medieval que retrata a noite de Belém e a de Greccio, que o artista põe como que em paralelo. A emoção daquela visão leva-me a aprofundar o mistério cristão que gosta de se esconder dentro daquilo que é infinitamente pequeno. Com efeito, a encarnação de Jesus Cristo continua a ser o coração da revelação de Deus, mesmo quando facilmente se torna discreta a ponto de passar despercebida. A pequenez é, de facto, o caminho para encontrar Deus. • O meu presépio – Vou falar-vos das personagens do Natal • Num epitáfio comemorativo de Santo Inácio de Loyola diz-se: «Non coerceri a maximo, sed contineri a minimo, divinum est» NT. É divino ter ideais que não sejam limitados por nada do que existe, mas ideais que, ao mesmo tempo, se contenham e sejam vividos nas coisas mais pequenas da vida. Em suma, não vale a pena assustar-se com as coisas grandes, importa antes andar em frente e reparar sempre nas coisas mais pequenas. É por esta razão que salvaguardar o espírito do presépio se tor- na uma imersão salutar na presença de Deus, que se manifesta nas pequenas coisas, por vezes banais e repetitivas, do quotidiano. Saber renunciar àquilo que seduz, mas leva por maus caminhos, e escolher os caminhos de Deus é a tarefa que nos espera. Para este efeito, o dis- cernimento é um grande dom e nunca nos devemos cansar de o pedir na oração. No presépio, os pastores são aqueles que acolhem a surpresa de Deus e vivem com espanto o encontro com Ele, adorando-O: na pequenez reconhecem o rosto de Deus. Humanamente, somos todos impelidos a procurar a grandeza, mas é um dom saber encontrá- -la de verdade: conseguir encontrar a grandeza naquela pequenez que Deus tanto ama. Em janeiro de 2016 encontrei-me com jovens de Rieti precisa- mente no Oásis do Menino Jesus, pouco acima do Santuário do Presépio. Recordei-lhes então, e recordo hoje a todos, que são dois os sinais que, no Natal, nos guiam para reconhecer Jesus. Um é o céu cheio de estrelas. São tantas, infinitas, mas entre todas brilha uma especial, que impele os Magos a deixar as suas casas e a iniciar uma viagem, um caminho que não sabem aonde os vai levar. Acontece o mesmo na nossa vida: em certo momento, uma «estrela» especial convida-nos a tomar uma decisão, a fazer uma escolha, a iniciar um caminho. Devemos pedir a Deus com força que nos mostre essa estrela que nos impele para além dos nossos hábitos, porque essa estrela levar-nos-á a contemplar Jesus, aquele Menino nascido em Belém que quer a nossa felicidade plena. Naquela noite que se tornou santa pelo nascimento do Salvador encontramos um outro sinal poderoso: a pequenez de Deus. Os anjos mostram aos pastores um menino nascido numa manjedoura. Não um sinal de poder, de autossuficiência ou de soberba. Não. O Deus eterno reduz-Se a Si próprio a um ser humano indefeso, pobre, humilde. Deus rebaixou-Se para que nós possamos caminhar com Ele e para que Ele possa pôr-Se ao nosso lado; Deus não quer pôr-Se acima ou longe de nós. Espanto e maravilha são os dois sentimentos que emocionam todos, pequenos e grandes, perante o presépio, que é como um Evangelho vivo que transborda das páginas da Sagrada Escritura. Não inte- ressa como se arranja o presépio, se é sempre igual ou diferente todos os anos; o que importa é que ele fale à nossa vida. O primeiro biógrafo de São Francisco, Tommaso da Celano, descreve a noite de Natal de 1223, cujo oitavo centenário festejamos este ano. Quando Francisco chegou, encontrou o berço com a palha, a vaca e o burrinho. As pessoas que acorreram manifestaram uma alegria indescritível, nunca antes experimentada, perante aquela cena de Natal. Depois o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando assim a ligação entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia. Em Greccio não existia então nenhuma figura: o presépio foi feito e vivido pelos próprios presentes. Estou certo de que o primeiro presépio, que realizou uma grande obra de evangelização, pode ocasionar ainda hoje espanto e maravilha. Assim, o que São Francisco realizou com a simplicidade daquele gesto permanece nos nossos dias uma forma genuína da beleza da nossa fé. Francisco Cidade do Vaticano, 27 de setembro de 2023  Fonte: Vaticannews

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